Frio causa resfriados? A ciência por trás das doenças de inverno

Frio causa resfriados? A ciência por trás das doenças de inverno
Imagem por Laney5569 via Pixabay

A crença popular de que o frio causa resfriados é, na verdade, uma simplificação. Embora o frio em si não seja a causa direta, ele cria condições que facilitam a propagação de vírus respiratórios, como o rinovírus (causador do resfriado comum), o vírus da influenza (gripe) e o SARS-CoV-2 (causador da COVID-19).

O impacto da temperatura na transmissão viral

Estudos demonstram uma correlação entre temperaturas mais baixas e taxas mais altas de COVID-19.1 Diversos vírus, incluindo aqueles mencionados acima, mantêm sua infecciosidade por mais tempo e replicam-se mais rapidamente em temperaturas frias e baixa umidade.2 Esta combinação, somada ao fato de as pessoas passarem mais tempo em ambientes fechados e em contato próximo durante o inverno, aumenta significativamente a probabilidade de transmissão.

Influenza e Vírus Sincicial Respiratório (VSR)

A gripe e o VSR tendem a apresentar sazonalidade definida no outono e inverno. No entanto, a COVID-19, devido ao surgimento de novas variantes e à diminuição da imunidade com o tempo, não segue o mesmo padrão. De fato, houve picos de infecção no verão desde 2020.

Mecanismos de transmissão facilitados pelo frio

O clima frio pode alterar a membrana externa do vírus influenza, tornando-a mais sólida e elástica, o que facilita a transmissão pessoa a pessoa.3 Além disso, o ar seco, comum no inverno, contribui para que o vírus permaneça infeccioso por mais tempo, pois a evaporação mais rápida das gotículas respiratórias resulta em partículas menores, capazes de viajar mais longe.

Resposta imunológica e outros fatores

A inalação de ar frio pode prejudicar a resposta imune do trato respiratório, tornando mais fácil a infecção viral. A redução da exposição à luz solar no inverno também impacta a produção de vitamina D, crucial para a saúde imunológica. A diminuição da atividade física durante os meses frios, com as pessoas sendo três vezes mais propensas a adiar exercícios em condições de neve ou gelo, também contribui para a maior suscetibilidade a infecções. Em suma, a maior proximidade em ambientes fechados, somada a uma imunidade comprometida, torna a transmissão mais fácil.

Medidas preventivas

Lavar as mãos frequentemente, evitar tocar o rosto, manter-se hidratado, adotar uma dieta equilibrada, praticar atividade física regularmente, dormir o suficiente e limpar superfícies de alto toque são medidas eficazes para se proteger de doenças respiratórias, durante todo o ano. A utilização de umidificadores pode ajudar a combater a secura das vias respiratórias no inverno, e é importante manter-se atualizado com as vacinas contra a gripe e COVID-19.

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