Uma pesquisa recente da NASA, publicada em Frontiers in Physiology, analisou o desempenho cognitivo de astronautas em missões de seis meses na Estação Espacial Internacional (ISS). Os resultados indicam que, embora a performance cognitiva geral se mantenha estável, mudanças leves foram observadas em áreas como velocidade de processamento, memória de trabalho, atenção e propensão à tomada de riscos.
Este estudo, que utiliza o maior conjunto de dados de astronautas profissionais já publicado, fornece informações cruciais para futuras missões. A pesquisa se baseia em dados coletados pelo programa Standard Measures, que monitora medidas psicológicas e fisiológicas relacionadas aos riscos de voos espaciais, incluindo testes cognitivos, antes, durante e após as missões. Estudos anteriores já haviam apontado pequenas reduções em alguns domínios do desempenho cognitivo durante voos espaciais, possivelmente devido a fatores como radiação e interrupção do sono. Missões mais longas implicam maior exposição a esses riscos, e consequentemente, maior vulnerabilidade individual.
Paralelamente, uma colaboração entre a National Science Foundation (NSF) e o Center for the Advancement of Science in Space (CASIS) resultou em descobertas científicas significativas na ISS, com destaque para estudos sobre fenômenos de transporte em microgravidade. As pesquisas, cujos destaques foram publicados em ResearchGate, incluem:
- Estudos de combustão que aprofundam o conhecimento sobre formação de fuligem, incêndios florestais e propagação de chamas em edifícios, com implicações para a vida cotidiana na Terra.
- Estudos de transferência de calor que fornecem insights sobre como a física da evaporação e condensação afetam sistemas de refrigeração em espaçonaves e na microeletrônica terrestre.
- Estudos de dinâmica de fluidos que validam teorias sobre a expansão de gotas, relevantes para o projeto de sistemas de gerenciamento térmico e processamento de fluidos em espaçonaves, além de aplicações em dispositivos médicos e outras áreas terrestres.
Esses avanços científicos foram possíveis graças a experimentos como Spherical Cool Flames (que observou reações químicas de chamas de difusão frias para entender melhor a combustão e o comportamento do fogo), Constrained Vapor Bubble (que estudou como a evaporação e a condensação afetam a eficiência de dispositivos de resfriamento) e Capillary Flow Experiment 2 (que pesquisou o umedecimento – a capacidade de um líquido de se espalhar por uma superfície – para apoiar o projeto de sistemas melhores para processar líquidos).
A ausência de gravidade na ISS permite a realização de pesquisas sobre fenômenos físicos fundamentais difíceis ou impossíveis de serem conduzidos na Terra.
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