Em um marco significativo para a exploração espacial, a NASA transmitiu com sucesso os primeiros sinais de GPS para a Lua. O experimento Lunar GNSS Receiver Experiment (LuGRE), parte da missão Blue Ghost que pousou na Lua em 2 de março, recebeu e rastreou comunicações do Global Navigation Satellite System (GNSS), rede de tecnologias de localização via satélite que inclui o GPS.
Essa conquista representa um avanço importante para a navegação lunar, essencial para futuras missões tripuladas e robóticas. A capacidade de utilizar sinais de GPS na Lua permitirá que espaçonaves em órbita e na superfície lunar rastreiem com precisão suas posições e velocidades em relação ao tempo na Terra.
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“Na Terra, podemos usar sinais GNSS para navegar em tudo, desde smartphones até aviões”, afirma Kevin Coggins, do programa Space Communications and Navigation (SCaN) da NASA. “Agora, o LuGRE nos mostra que podemos adquirir e rastrear com sucesso sinais GNSS na Lua. Esta é uma descoberta muito empolgante para a navegação lunar, e esperamos aproveitar essa capacidade para futuras missões.”
A precisão proporcionada pelo GPS lunar facilitará a criação de rotas entre diferentes locais na Lua e otimizará as viagens entre a Terra e a Lua. Atualmente, o posicionamento de espaçonaves depende de uma combinação complexa de observações e leituras de sensores, um processo que demanda muito tempo e esforço. A nova abordagem promete economizar tempo valioso para astronautas e equipes de controle terrestre.
O LuGRE continuará monitorando os sinais GNSS por 14 dias, a uma distância de aproximadamente 360.000 quilômetros, para testar a durabilidade do hardware e identificar possíveis falhas.
Além do avanço tecnológico, este é um momento histórico para a Agência Espacial Italiana (ISA), já que o LuGRE é o primeiro equipamento desenvolvido com a colaboração da agência a chegar à Lua. A NASA e a ISA pretendem disponibilizar essa tecnologia para outras agências de exploração espacial.
O projeto LuGRE faz parte do programa Artemis, que tem como objetivo levar astronautas de volta à Lua até 2027 e estabelecer uma base de longo prazo na superfície lunar. A China também planeja hastear bandeira ‘flutuante’ na Lua em missão inédita, em outra demonstração do interesse crescente na exploração lunar.
“Esta missão é mais do que um marco tecnológico”, destaca Joel Parker, engenheiro de dinâmica de voo do NASA Goddard Space Flight Center em Maryland. “Queremos possibilitar mais e melhores missões à Lua para o benefício de todos, e queremos fazer isso junto com nossos parceiros internacionais.”
A missão Blue Ghost, que transportou o LuGRE, pousou na Lua em 2 de março e fez história com fotos incríveis. Essa missão se junta a outros esforços de exploração espacial, como a exploração da geologia marciana pela Curiosity e a simulação da gravidade lunar pela NASA em testes para preparar tecnologias para a Lua.