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Sindicato investigado por fraude no INSS tem irmão de Lula como vice-presidente

Atualmente, o vice-presidente do sindicato é José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico — irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (23) uma megaoperação para investigar fraudes em descontos indevidos realizados diretamente nos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O foco da apuração recai sobre 11 entidades sindicais, entre elas o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), que tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Nomeada “Operação Sem Desconto”, a investigação é conduzida pela PF em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU). Durante a operação, foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão, além de seis prisões temporárias e ordens de sequestro de bens, somando mais de R$ 1 bilhão. Os investigados são acusados de aplicar descontos associativos sem autorização nos contracheques de aposentados e pensionistas.

Segundo a Polícia Federal, esses descontos irregulares somaram cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, mas, após novas análises, o valor subiu para R$ 7,99 bilhões, com quase 100% considerados irregulares.

🔎 Entenda o esquema

As entidades sindicais firmavam Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS, permitindo a realização dos descontos em folha. No entanto, segundo as investigações, muitas dessas autorizações eram fraudadas ou feitas sem o consentimento dos beneficiários, que acreditavam tratar-se de descontos obrigatórios.

O Sindnapi está entre as entidades investigadas. A PF aponta que a arrecadação do sindicato cresceu 78% entre 2020 e 2021, logo após a queda durante a pandemia. O presidente da entidade, Milton Baptista de Souza Filho, conhecido como Milton Cavalo, também é alvo da apuração.

Ele figura como sócio de empresas de diversos setores, incluindo seguros, previdência complementar, saúde, cooperativa de crédito, construção civil e criação de animais, o que, segundo a PF, representa um possível conflito de interesses com sua atuação sindical.

Apesar das suspeitas, Frei Chico não foi alvo direto da operação. Em entrevista ao Estadão, ele defendeu a entidade:

Eu espero que a Polícia Federal investigue de fato toda a sacanagem que tem. Agora, o nosso sindicato, eu tenho certeza que nós não temos nada, não devemos m* nenhuma. Eu espero que ela investigue de fato porque tem muitas entidades por aí picaretas. Nosso sindicato já foi investigado, já foi feita auditoria e essas coisas. Estamos tranquilos”.

📍 Histórico sindical e defesa pública

O Sindnapi divulgou duas notas após a operação. Em uma delas, a entidade saiu em defesa de Frei Chico, destacando sua trajetória sindical desde os anos 1960.

Formada majoritariamente por ex-dirigentes de sindicatos de trabalhadores, a diretoria reúne lideranças com mais de 25 anos de atuação no movimento sindical brasileiro, diz a nota.Entre esses nomes está José Ferreira da Silva, o Frei Chico, atual vice-presidente da entidade… Atuou com coragem durante o regime militar, sendo uma das vozes mais firmes na luta pela redemocratização do Brasil”, completa.

Em outra nota, a entidade declarou:

Investir em uma investigação detalhada também serve para fortalecer a credibilidade das instituições que, como o Sindnapi, buscam dar apoio e garantir os direitos dos aposentados, pensionistas e idosos”.

A nota acrescenta que a proteção dos direitos dos aposentados é prioridade e que qualquer denúncia deve ser investigada com rigor.

🚨 Repercussões no INSS

Após a operação, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, deixou o cargo. Segundo apuração do Portal N10, a demissão foi pedida pelo presidente Lula. Stefanutto é acusado de liberar os descontos mesmo após denúncias de irregularidades.

Além dele, seis servidores públicos foram afastados, assim como um policial federal, que também teve seu nome preservado.

📋 Outras entidades na mira da PF

Além do Sindnapi, a operação atingiu outras organizações:

  • Contag (1994)

  • Ambec (2017)

  • Conafer (2017)

  • AAPB (2021)

  • AAPPS Universo (2022)

  • Unaspub (2022)

  • APDAP Prev, antiga Acolher (2022)

  • ABCB/Amar Brasil (2022)

  • CAAP (2022)

  • AAPEN, antiga ABSP (2023)

Essas entidades estão sendo investigadas pela cobrança indevida de mensalidades, supostamente oferecidas em troca de assistência jurídica, seguros e outros benefícios que muitas vezes nunca eram prestados.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: rafael@oportaln10.com.br

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