Dois dias após assumir o cargo, o prefeito de São Gonçalo do Amarante, Jaime Calado (PSD), revelou uma situação alarmante envolvendo a Secretaria Municipal de Saúde. Em visita ao depósito municipal, o gestor constatou a presença de medicamentos vencidos e estoque excedente de produtos sem demanda, responsabilizando o ex-prefeito Eraldo Paiva (PT) pela falta de controle. Segundo Jaime, essa falha não apenas resulta em desperdício de recursos, mas também compromete o atendimento à população.
“Tem medicamentos que foram comprados em excesso, por falta de controle. Não havia demanda. E depois de dois caminhões de medicamentos vencidos, como a gente já mostrou as imagens, ainda tem alguns medicamentos vencidos aqui. O que nós estamos procurando fazer é um controle melhor, para evitar esse crime de as pessoas ficarem precisando do medicamento sem ter e os medicamentos se vencendo aqui”, afirmou o prefeito durante a inspeção.
Entre os medicamentos vencidos, foi constatada a presença de caixas de Buscopan, amplamente utilizado para aliviar dores. A descoberta também evidencia a ausência de um sistema eficiente de planejamento e monitoramento dos estoques durante a gestão anterior, resultando em prejuízos financeiros e risco para a saúde pública.
Para contornar a situação, Jaime anunciou medidas emergenciais, que incluem a compra imediata de medicamentos essenciais para atender às demandas da rede de saúde por um período de três meses. Em paralelo, será realizada uma licitação ampla para garantir o abastecimento contínuo e evitar novos episódios de desabastecimento. “Estamos fazendo compras emergenciais enquanto fazemos uma licitação grande, como sempre fizemos, periodicamente, para que não faltem os medicamentos básicos para nossa rede”, explicou.
Além disso, a administração atual busca alternativas para minimizar os prejuízos relacionados aos produtos comprados em excesso. Uma das estratégias será a realização de permutas com outras prefeituras, permitindo a troca de medicamentos sem demanda local por insumos que estão em falta no município. Essa medida visa reduzir as perdas financeiras e assegurar a eficiência no uso dos recursos públicos.
A denúncia de Jaime Calado também trouxe críticas diretas à gestão anterior, que, segundo ele, não adotou um controle adequado sobre as compras de medicamentos. A falta de planejamento e organização contribuiu para o desperdício de recursos que poderiam ser aplicados em outras áreas prioritárias da saúde.
A população de São Gonçalo do Amarante agora aguarda que as ações anunciadas pela nova gestão revertam o cenário de abandono e tragam melhorias efetivas para o atendimento na rede pública de saúde. A implementação de sistemas de controle mais rigorosos será essencial para evitar que situações semelhantes voltem a ocorrer no futuro.
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