A Prefeitura de Natal avança nos trabalhos de engorda da Praia de Ponta Negra e já projeta expandir a intervenção para outras áreas como a Via Costeira, Redinha e praias centrais da cidade.
A medida, segundo o secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, Thiago Mesquita, é uma resposta ao processo de erosão que afeta o litoral potiguar, agravado pelas mudanças climáticas.
“Com certeza, o litoral todo sofre, não somente Natal, mas vários municípios do estado enfrentam esse processo erosivo, que está sendo potencializado pelas mudanças climáticas, uma grande realidade”, afirmou Mesquita em entrevista.
A ampliação do projeto, no entanto, depende de estudos técnicos e da captação de recursos federais, segundo o secretário. “Precisamos ampliar esse processo para a Via Costeira, para as praias centrais, para a Redinha. Para isso, é necessário fazer os estudos técnicos, solicitar recursos e apoio federal, da Defesa Civil principalmente, mas também de outras instituições. Precisamos bater na porta com projetos adequados e o processo de legalização em dia para garantir esses investimentos”, explicou.
A obra em Ponta Negra, que já está em execução, é apontada como referência em termos de complexidade e escala. Conforme Mesquita, a intervenção prevê a reposição do material da engorda de 8 a 10 anos, dependendo da dinâmica costeira.
Sobre o andamento em Ponta Negra, Mesquita destacou que o prazo inicial de 94 dias foi estendido devido à quantidade maior de material necessário.
“A gente tinha realmente um objetivo de finalizar exatamente em 94 dias. Era o que nós estávamos prevendo. Mas o processo erosivo em Ponta Negra foi tão acelerado que a quantidade de material retirada naquele período nos obrigou a repor um volume um pouco maior, agora chegando a 1 milhão e 100 mil metros cúbicos. Isso vai nos levar, provavelmente, a entrar alguns dias no mês de janeiro. Isso não é atraso, mas uma necessidade de fazer um aterro com um volume um pouco maior do que estávamos esperando”, justificou.
Controvérsia sobre os rodolitos
Outro ponto abordado foi a presença de rodolitos, fragmentos calcários encontrados durante a obra. Mesquita esclareceu que o material não é coral e não causa impacto ambiental, conforme análise da Funpec.
“Aquele material, a gente chama de rodolitos, é um material calcário que tem no fundo do mar, em qualquer lugar do mundo. Faz parte do processo natural. No processo de explotação, não tem como fazer uma filtragem antes. Você manda o material para a linha de costa, para a praia, e aí têm equipamentos que fazem a limpeza. A Urbana já está em contratação, já está fazendo a limpeza manual, mas teremos um equipamento, como tem em Balneário Camboriú, que vai umedecer a areia e fazer essa filtragem”, garantiu.
A limpeza do material está sendo realizada pela Urbana e terá suporte de equipamentos especializados. “Isso tranquiliza a população e reforça que estamos lidando com um fenômeno natural e que a situação está sendo tratada com a devida responsabilidade”, acrescentou o secretário.
A ampliação para a Via Costeira, praias centrais e Redinha tem como objetivo preservar a infraestrutura da cidade e garantir a qualidade de vida dos moradores e frequentadores das praias. “No próximo governo do prefeito Paulinho, vamos focar bastante na proteção costeira para evitar que, enquanto resolvemos o problema de Ponta Negra, outros problemas se agravem em outras praias”, concluiu Mesquita.
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