O preço dos ovos disparou em Natal, refletindo um aumento expressivo no mercado nacional. Em um supermercado da capital potiguar, a bandeja com 30 unidades já é vendida a R$ 27,99, enquanto em outros estabelecimentos o valor médio fica em torno de R$ 25,90. A alta segue uma tendência nacional, onde o custo dos ovos subiu mais de 40% no atacado e nas granjas somente em fevereiro.
O aumento já preocupa consumidores, que relatam dificuldades para encontrar preços mais acessíveis. “É um absurdo pagar R$ 27,99 por uma bandeja de ovos”, desabafou uma cliente. A situação também tem sido acompanhada pelo setor supermercadista, que alerta para os desafios na cadeia de abastecimento.
De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a forte elevação no preço dos ovos está diretamente ligada à demanda elevada e à restrição na oferta, impactando a distribuição entre fornecedores e varejistas. “As empresas iniciaram a programação de abastecimento das lojas para atender à demanda sazonal da Quaresma, mas a restrição na oferta e os aumentos sucessivos de preços preocupam os supermercados”, destacou Marcio Milan, vice-presidente da Abras.
Além disso, a alta no preço de outras proteínas tem levado muitos consumidores a recorrerem mais aos ovos como alternativa, intensificando ainda mais a procura pelo produto.
Novo padrão reduz peso dos ovos
O consumidor não está apenas pagando mais caro pelos ovos, mas também recebendo unidades menores. A Abras alerta que, além do reajuste de preços, a nova classificação dos ovos, estabelecida por uma portaria da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária, reduziu o peso médio do produto em quase 10 gramas por unidade.
Com isso, mesmo adquirindo a mesma quantidade, o consumidor leva para casa um produto com menor rendimento. Esse ajuste na padronização dos ovos impacta diretamente o custo-benefício, aumentando o descontentamento dos clientes.
Alta do ICMS sobre combustíveis agrava inflação dos alimentos
Outro fator que tem pressionado os preços dos ovos e de outros produtos essenciais é o recente reajuste do ICMS sobre combustíveis, que entrou em vigor no dia 1º de fevereiro. A mudança já tem reflexos diretos na cadeia de produção e distribuição de alimentos, com a expectativa de novas elevações nos preços de supermercados, principalmente no setor de hortifrutigranjeiros.
O diesel, fundamental para o transporte de mercadorias no Brasil, sofreu um aumento de R$ 0,06 por litro, o que representa um reajuste de 5%. Esse acréscimo afeta não apenas o custo do frete, mas também encarece a operação de máquinas agrícolas, como tratores e colheitadeiras, essenciais para a produção de alimentos.
No Rio Grande do Norte, os produtos mais impactados incluem frutas, verduras, legumes e ovos, especialmente os que vêm de regiões mais distantes de Natal. Com o aumento dos custos logísticos, os consumidores devem continuar sentindo os reflexos dessa alta já nos próximos dias, à medida que os reajustes forem repassados ao varejo.
O setor de transporte, por sua vez, já alerta para o impacto da medida na cadeia produtiva. Com o diesel mais caro, os custos operacionais sobem e são repassados ao comércio, refletindo diretamente no preço final dos alimentos. Além dos supermercados, restaurantes e lanchonetes também devem enfrentar dificuldades, já que o setor de alimentação fora do lar será diretamente afetado pelo aumento nos insumos.
Diante desse cenário, especialistas apontam que os preços podem continuar elevados nas próximas semanas, pressionando o orçamento das famílias e impactando o consumo de produtos básicos.
Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.