NatalJustiça
Tendência

MPRN denuncia falta de medicamentos em Natal e pede bloqueio de contas da Prefeitura

Montante bloqueado será usado para o pagamento das 2ª e 3ª parcelas do contrato com a empresa que fornece medicamentos essenciais ao Município.

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) solicitou à Justiça o bloqueio imediato de R$ 3.792.330,28 das contas do Tesouro Municipal de Natal. A medida busca assegurar o cumprimento de uma sentença judicial que obriga o município a manter o fornecimento regular de medicamentos essenciais na rede pública de saúde.

O valor requisitado será destinado às parcelas pendentes de um contrato firmado com a empresa Nippon Medical Importação e Exportação Ltda, responsável pela entrega de insumos farmacêuticos.

A situação foi detalhada em relatórios do Conselho Regional de Farmácia, que documentou as condições críticas em unidades de saúde como o HOSPESC, a Maternidade Araken Pinto e as UPAs Potengi e Esperança. Os levantamentos revelaram uma grave falta de insumos básicos, prejudicando milhares de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em Natal. Segundo os documentos, a irregularidade no pagamento pela Prefeitura tem resultado na entrega insuficiente de medicamentos pela empresa contratada.

O contrato com a Nippon Medical foi firmado em maio de 2024, mas desde então a empresa enfrenta dificuldades para manter o fornecimento devido à inadimplência do município. O MPRN apontou que, sem medidas urgentes, a continuidade do atendimento de saúde pública estará seriamente comprometida.

Histórico da decisão judicial

A questão remonta a uma sentença judicial de 2016 que determina que a Prefeitura de Natal deve garantir o abastecimento contínuo de medicamentos na rede pública. Apesar da decisão estar em vigor há mais de oito anos, o MPRN ressalta que o município não cumpriu plenamente as obrigações impostas. A promotoria enfatizou que a morosidade em resolver o problema está agravando a situação nas unidades de saúde.

Em um trecho do pedido, o órgão ministerial destacou que “a população natalense não pode continuar sendo prejudicada pela reiterada falta de medicamentos e insumos, essenciais para o atendimento de saúde.”

Audiência judicial marcada para 2024

Além do bloqueio de recursos, o MPRN solicitou à Justiça a realização de uma audiência no início de 2024. O objetivo é acompanhar o andamento das obrigações municipais e assegurar que novas remessas de medicamentos sejam entregues regularmente. Essa ação visa reforçar o compromisso do município em evitar que a crise de desabastecimento volte a ocorrer.

O Ministério Público destaca que o bloqueio de recursos é necessário para proteger o direito fundamental à saúde e para garantir que os serviços públicos funcionem adequadamente. A Promotoria reafirmou seu compromisso em monitorar de perto o cumprimento das determinações judiciais.

Quer receber as principais notícias do Portal N10 no seu WhatsApp? Clique aqui e entre no nosso canal oficial.

Brunna Mendes

Gestão Hospitalar (UFRN), 28 primaveras, sagitariana e apaixonada por uma boa leitura, séries, filmes e Netflix.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Botão Voltar ao topo
Fechar

Permita anúncios para apoiar nosso site

📢 Desative o bloqueador de anúncios ou permita os anúncios em nosso site para continuar acessando nosso conteúdo gratuitamente. Os anúncios são essenciais para mantermos o jornalismo de qualidade.