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Exportações de melão do RN podem triplicar com a abertura do mercado chinês

Com a produção anual de 340 mil toneladas de melão no Brasil, o Rio Grande do Norte se destaca como o principal produtor e exportador da fruta.

O Rio Grande do Norte, maior produtor e exportador de melão do Brasil, vislumbra um futuro promissor no mercado internacional. A expectativa é que, em até três anos, as exportações da fruta tripliquem com a abertura do mercado chinês. A projeção ambiciosa foi tema central do Workshop Melão Brasil China, realizado em Mossoró, que reuniu especialistas para discutir estratégias e superar desafios.

Com uma população de 1,4 bilhão de habitantes, a China representa uma oportunidade estratégica para o melão brasileiro. O país asiático é o maior produtor mundial da fruta, com uma média de 10 milhões de toneladas anuais. No entanto, devido a condições climáticas desfavoráveis entre outubro e abril, a produção chinesa é interrompida, abrindo uma janela de oportunidade para o melão potiguar. Em meio a essa dinâmica, é interessante notar como a China anuncia um plano para impulsionar o consumo interno, o que pode impactar suas importações de melão.

Segundo Fábio Queiroga, presidente do Coex, é nesse período de entressafra chinesa que o Rio Grande do Norte pretende alavancar suas exportações. A safra brasileira de melão coincide com a escassez na China, o que favorece o envio da fruta para o país asiático. 

O mercado chinês tem condição de absorver o melão potiguar e, sim, de dobrar o volume que hoje enviamos à Europa, em um período não superior a três anos, desde que consigamos vencer as limitações impostas pela logística, de modo que nossa fruta chegue ao mercado chinês num período não superior a 30 dias. Sabemos que não é um processo rápido, mas temos plenas condições de ampliar nossas exportações e superar os desafios que a operação nos impõe”, afirmou Queiroga.

Desafios a serem superados

Apesar do otimismo, a jornada para conquistar o mercado chinês apresenta desafios significativos. Requisitos fitossanitários, certificações, aumento da área plantada, mão de obra e, principalmente, a logística são apontados como os principais entraves. A criação de rotas mais curtas é considerada essencial para garantir a qualidade da fruta durante o transporte. 

Jorge de Souza, gerente de projetos da Abrafrutas, ressaltou a importância de manter o alto padrão de qualidade do melão potiguar para conquistar os consumidores chineses.

A China é um grande mercado. Mas o tamanho das oportunidades também são o tamanho dos desafios. O país fica no outro lado do mundo e as frutas são perecíveis. As frutas que vocês produzem possuem qualidade excepcional, que vão encantar os chineses. Mas, mesmo sob refrigeração, não têm uma vida muito longa, e essa qualidade precisa ser mantida ao longo da viagem para que a fruta chegue lá dentro dos padrões exigidos, e isso será possível com tempo de viagem mais curto, que mantenha as características do melão”, alertou Souza.

Missão empresarial e inovação

Para intensificar a busca por oportunidades no mercado chinês, uma comitiva de empresários e representantes de entidades como a Abrafrutas e a Apex-Brasil participará de uma missão empresarial em Xangai, entre os dias 12 e 20 de maio. O grupo visitará importadores, centros atacadistas e participará da Feira Internacional Sial, com o objetivo de fortalecer a aproximação comercial e prospectar compradores para o melão potiguar.

O Sebrae RN também tem papel importante nessa parceria, através do apoio e investimento em tecnologia e inovação. O diretor Técnico do Sebrae RN, João Hélio Cavalcanti Júnior, declarou:

O segredo é buscar na inovação e na tecnologia mecanismos para conseguir estender retardar o processo de amadurecimento das frutas para conseguir contemplar melhor o mercado chinês, que é muito exigente. O evento é um importante momento para tratarmos dessas temáticas e buscamos, juntos, alternativas com a academia para tornar o processo possível. O Sebrae é parceiro desse projeto desde o início, e assim permaneceremos, oferecendo consultorias, conhecimento técnico e estimulando acesso a novos mercados, como a China. É um desafio, sim, mas sabemos que é possível”.

Além disso, está prevista a participação de compradores chineses na Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada (Expofruit), que acontecerá de 20 a 22 de agosto, em Mossoró.

Atualmente, o melão produzido na área livre de Mossoró é a primeira fruta brasileira autorizada a ser comercializada na China. A uva produzida no Vale do São Francisco também recebeu recentemente a habilitação para exportação. Em Serra do Mel, a cajucultura receberá um investimento de R$ 1,3 milhão, mostrando o potencial agrícola do estado.

Com a produção anual de 340 mil toneladas de melão no Brasil, o Rio Grande do Norte se destaca como o principal produtor e exportador da fruta. O Workshop Melão Brasil China reforçou o compromisso conjunto de tornar o melão potiguar competitivo no mercado chinês.

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Brunna Mendes

Gestão Hospitalar (UFRN), 31 primaveras, sagitariana e apaixonada por uma boa leitura, séries, filmes e Netflix.

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