Em sua primeira aparição pública após cirurgia de emergência no crânio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou a prisão do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro. Lula, que recebeu alta médica no domingo, 15 de dezembro, como noticiado anteriormente, surpreendeu a todos ao comparecer à coletiva de imprensa da equipe médica no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Alta hospitalar e declaração sobre Braga Netto
Além de descrever os sintomas que o levaram à internação e agradecer à equipe médica, o presidente comentou sobre a prisão de Braga Netto, afirmando: “O que aconteceu essa semana, com a decretação da prisão do general Braga [Netto], eu vou demonstrar para vocês que eu tenho mais paciência e sou democrático. Eu acho que ele tem todo direito à presunção de inocência. O que eu não tive, eu quero que eles tenham. Todo o direito e todo o respeito para a lei ser cumprida. Mas se esses caras fizeram o que tentaram fazer, eles terão que ser punidos severamente”.
Investigação sobre tentativa de golpe
Braga Netto é investigado pela Polícia Federal por sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. As investigações incluem a suspeita de uma conspiração para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Polícia Federal reuniu provas que levaram ao indiciamento do general, que poderá se tornar réu após análise da Procuradoria-Geral da República (PGR). A prisão de Braga Netto gerou grande repercussão, conforme decisão do STF e conforme provas robustas encontradas pela PF.
Reação de Lula às acusações
O presidente expressou sua indignação com as acusações contra Braga Netto, declarando: “Não é possível a gente admitir que, num país generoso como o Brasil, a gente ter gente de alta graduação militar tramando a morte do presidente da República, tramando a morte do seu vice e tramando a morte de um juiz que era presidente da Suprema Corte Eleitoral”. Lula reiterou seu compromisso com a retomada da normalidade democrática no país, criticando o que chamou de “praga de gafanhoto” que, segundo ele, representou o governo Bolsonaro entre 2019 e 2022, destruindo valores democráticos e instituições.
Agenda de Lula após alta hospitalar
Lula permanecerá em São Paulo até quinta-feira (19), para acompanhamento médico, incluindo uma tomografia craniana. Ele retornará a Brasília em seguida, planejando realizar uma reunião ministerial até o final do ano. O presidente ainda pondera sobre sua participação no evento tradicional com catadores de material reciclável em São Paulo, mas afirmou que passará o Natal e o Ano Novo em Brasília, seguindo as orientações médicas. Apesar dos acontecimentos recentes, a alta hospitalar de Lula demonstra sua força e resiliência.
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