Brasil

AGU encontra dificuldades para bloquear uso do Bolsa Família em apostas

O Supremo Tribunal Federal (STF) enfrenta desafios para implementar a proibição do uso de recursos do Bolsa Família em sites de apostas, as chamadas bets. A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou ao STF, na última sexta-feira (13), um pedido de esclarecimentos sobre a decisão do ministro Luiz Fux, que determinou medidas imediatas para coibir essa prática. A AGU, em sua notificação, explicitou as dificuldades encontradas para bloquear o uso do Bolsa Família em apostas, conforme noticiado em matéria anterior.

Dificuldades Operacionais

Em seu documento, a AGU detalha as dificuldades em operacionalizar a decisão do ministro Fux. A principal barreira reside na complexidade de identificar, nas contas bancárias dos beneficiários, a origem dos recursos utilizados em apostas. A AGU argumenta que a mistura de valores provenientes do benefício com outras fontes de renda impossibilita a identificação precisa e, consequentemente, a prevenção do uso indevido em plataformas de bets.

Abrangência da Restrição

Outro ponto crucial levantado pela AGU diz respeito à abrangência da proibição. A AGU solicita esclarecimentos sobre se a decisão abrange também apostas realizadas em plataformas estaduais, buscando uma definição mais clara dos limites da restrição imposta pelo STF.

A AGU explicitou as dificuldades em uma declaração contundente: "A adoção de medidas imediatas encontra barreiras de ordem prática de difícil superação, razão pela qual faz-se imprescindível o aclaramento do acórdão recorrido".

Contexto da Decisão

A decisão do ministro Fux, ratificada pelo plenário do STF em 14 de novembro, atende a uma ação da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A CNC questiona a Lei 14.790/2023, que regulamentou as apostas online de quota fixa, alegando que a legislação promove jogos de azar com impactos negativos, especialmente para as classes sociais mais vulneráveis. A ação direta de inconstitucionalidade (ADI) da CNC argumenta que a facilitação do acesso a jogos de azar através da regulamentação da lei impacta negativamente as classes sociais menos favorecidas. A decisão do STF também determina a aplicação imediata das regras da Portaria nº 1.231/2024, do Ministério da Fazenda, que proíbe publicidade e marketing de apostas dirigidas a crianças e adolescentes. O STF também já se manifestou sobre outros temas relevantes, como a decisão sobre a competência de guardas municipais em policiamento ostensivo, conforme pode ser conferido aqui.

Sem Prazo para Julgamento

Atualmente, não há prazo definido para o julgamento do pedido de esclarecimento da AGU pelo STF. A situação destaca a complexidade da questão e a necessidade de direcionamentos mais precisos para a efetiva implementação da decisão judicial.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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