Negócios

Novela dos US$ 50: compras internacionais podem voltar a ser taxadas?

A controvérsia em torno da taxação de remessas internacionais de até US$ 50 no Brasil ganha novos contornos. Nesta sexta-feira (1º), Dario Durigan, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, fez um pronunciamento que reverberou no mercado.

Segundo Durigan, o governo federal está avaliando a possibilidade de instituir uma nova alíquota de no mínimo 20% para essas transações, seguindo uma proposta apresentada pelas próprias empresas internacionais do setor.

Esta potencial mudança encontra-se alinhada ao Orçamento de 2024, que projeta uma arrecadação de R$ 2,9 bilhões com a introdução da nova alíquota e o endurecimento das práticas de fiscalização. O desenvolvimento vem causando reações mistas no mercado, especialmente por parte do varejo nacional, que clama por uma taxação igualitária.

O que diz o governo

Para contextualizar, Durigan revelou que a nova taxa seria parte do regime de tributação simplificada denominado Remessa Conforme – os envios internacionais fora do programa são taxados com alíquota de 60%. Este programa já está em vigor desde o início de agosto e, atualmente, oferece isenção para remessas de até US$ 50 provenientes do exterior, aplicando uma alíquota de 17% de ICMS sobre elas. Contudo, o governo ainda não finalizou sua avaliação e mantém o diálogo aberto com as empresas, visando alcançar um equilíbrio entre as empresas nacionais e as internacionais.

Pressão do varejo nacional

O setor de varejo nacional tem manifestado uma insatisfação crescente com a isenção para remessas internacionais. O Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) elaborou um estudo que aponta os possíveis impactos negativos dessa medida sobre a indústria e o comércio brasileiros. “A isenção nas remessas internacionais será devastadora para o mercado brasileiro“, declara Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV. Ele argumenta que essa direção política poderia resultar no fechamento de empresas e na perda de postos de trabalho no Brasil.

Estratégias do Mercado Livre e impactos

Mercado Livre
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Em um movimento que espelha a complexidade da situação, o Mercado Livre anunciou que está pensando em estimular as vendas “cross-border” para se posicionar de maneira competitiva frente a empresas como Shein e AliExpress, que já estão aproveitando os benefícios do programa Remessa Conforme.

O futuro da taxação ainda é incerto

Embora o debate sobre a taxação continue fervilhando, as decisões finais ainda estão pendentes. Enquanto empresas como Shein e AliExpress já receberam suas certificações e estão operando com os benefícios do programa Remessa Conforme, o varejo nacional argumenta que “não desiste de lutar por uma taxação mais justa“. O tema, evidentemente, é uma novela ainda sem um final previsível.

Portanto, tanto consumidores quanto empresários devem manter-se atualizados sobre essa pauta. A discussão acerca da taxação de remessas internacionais de até US$ 50 é um enredo que ainda terá, sem dúvida, muitos desenvolvimentos pela frente.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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