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Empresas precisam definir com urgência o regime tributário de 2025

Especialistas destacam a importância do planejamento para evitar prejuízos, especialmente em meio às mudanças trazidas pela Reforma Tributária.

O prazo para as empresas escolherem o regime tributário mais adequado para 2025 está chegando ao fim: 31 de janeiro. A decisão deve considerar fatores como o porte da empresa, a natureza da atividade e as mudanças implementadas pela Reforma Tributária.

Atualmente, as opções disponíveis no Brasil incluem Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real, cada uma com especificidades que podem impactar diretamente na carga tributária e na gestão fiscal das empresas.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), cerca de 95% das empresas no Brasil pagam mais impostos do que deveriam. Esse cenário é causado pela complexidade da legislação tributária, dificuldades de interpretação e a ausência de um planejamento estratégico adequado. Para o diretor da Rui Cadete, Gustavo Vieira, um planejamento eficiente pode ser determinante para otimizar a gestão fiscal e reduzir custos.

Somente por meio de um planejamento tributário bem-estruturado, assessorado por quem entende do assunto, é possível obter uma visão clara e estratégica das obrigações fiscais da empresa, facilitando a escolha do regime de tributação mais vantajoso e a adoção de medidas eficazes para a otimização fiscal”, enfatiza o especialista.

Entendendo os regimes tributários disponíveis

As empresas brasileiras podem optar por um dos três regimes tributários principais:

  • Simples Nacional: Destinado a negócios com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões, incluindo Microempreendedores Individuais (MEIs). Este regime oferece simplificação no recolhimento de tributos e pode ser vantajoso para empresas menores.
  • Lucro Presumido: Ideal para empresas com faturamento de até R$ 78 milhões por ano. Nele, o cálculo do imposto é feito com base em uma margem de lucro presumida, definida pela Receita Federal, o que pode ser vantajoso para negócios com margem de lucro superior à presumida.
  • Lucro Real: Sem limite de faturamento, é mais indicado para empresas com margens de lucro baixas ou flutuantes. Nesse modelo, o cálculo dos tributos é feito com base no lucro efetivamente apurado.

A escolha, entretanto, não deve se restringir apenas ao faturamento. Gustavo Vieira explica:

Empresas de serviços, por exemplo, podem enfrentar limitações no Simples Nacional, enquanto aquelas com variações significativas nos lucros ao longo do ano podem se beneficiar mais do Lucro Real. E essa escolha deve ser revisada anualmente, já que mudanças na legislação ou no perfil financeiro da empresa podem exigir ajustes.”

Além disso, a opção pelo regime afeta diretamente aspectos operacionais, como a emissão de notas fiscais. No Simples Nacional, o processo é mais simplificado, com alíquotas unificadas que englobam tributos como ICMS, PIS e Cofins. Já no Lucro Presumido e no Lucro Real, os tributos precisam ser discriminados separadamente nas notas fiscais, utilizando códigos específicos como o CST (Código de Situação Tributária).

Essas diferenças tornam imprescindível uma análise detalhada para que a emissão de documentos fiscais esteja em conformidade com o regime escolhido e as legislações aplicáveis”, acrescenta Vieira.

Reforma Tributária: impacto no Simples Nacional e outros regimes

As mudanças previstas pela Reforma Tributária devem exigir uma atenção especial dos empresários, sobretudo daqueles que operam sob o Simples Nacional. Entre as alterações mais significativas está a introdução de novos tributos, como o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que podem transformar a dinâmica tributária no país.

Um dos pontos de destaque é o impacto na geração de créditos tributários. Atualmente, empresas no Simples Nacional podem gerar créditos que são aproveitados por seus parceiros comerciais. Porém, a Reforma prevê o fim dessa possibilidade, o que pode prejudicar a competitividade de micro e pequenas empresas.

Essa mudança será um divisor de águas para micro e pequenas empresas. O fim da geração de créditos tributários pelo Simples Nacional pode desestimular parcerias estratégicas e comprometer a competitividade do segmento. Por isso, é fundamental revisar contratos, avaliar alternativas tributárias e, em alguns casos, considerar a migração para regimes como o Lucro Presumido ou Real”, orienta Vieira.

Com isso, especialistas recomendam que empresários antecipem uma análise detalhada para avaliar a viabilidade de permanecer no Simples Nacional ou migrar para outros regimes. Essa revisão deve incluir projeções de faturamento, margens de lucro e impactos operacionais, além de considerar os possíveis efeitos da Reforma na estrutura financeira e tributária da empresa.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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