Guia de eventos astronômicos imperdíveis para 2025: eclipses lunares, Marte e muito mais

Após o espetáculo do Grande Eclipse Norte-Americano de abril de 2024, os entusiastas da astronomia já podem se preparar para os eventos celestes de 2025. Apesar de não haver eclipses solares totais no próximo ano, o céu promete diversas atrações, incluindo eclipses lunares totais, a melhor visão de Marte e ocultações lunares.

2024 em resumo: O ano que passou foi marcado por dois intensos eventos de tempestade solar, que resultaram em auroras boreais visíveis em latitudes incomuns. Além disso, o cometa C/2023 A3 Tsuchinshan-ATLAS proporcionou um belo espetáculo no céu noturno do hemisfério norte em outubro, e um número recorde de lançamentos de foguetes aumentou a presença de satélites artificiais em órbita.

Regras para observar os fenômenos: Para que um evento seja considerado um dos melhores do ano, ele deve apresentar conjunções com menos de um grau de separação e cometas com brilho superior à magnitude +6.

Os 12 principais eventos de 2025:

• O ciclo solar 25 continua em seu pico de atividade.
• Marte estará em oposição em janeiro.
• Vênus dominará o céu do entardecer no início do ano, migrando para o céu da madrugada.
• Um raro período de grande paralisação lunar, com a Lua oscilando amplamente de norte a sul.
• Os anéis de Saturno estarão de canto para a Terra.
• O cometa G3 ATLAS pode atingir magnitudes negativas em janeiro.
• Haverá dois eclipses lunares totais.
• Ocultações lunares das estrelas Spica, Regulus e Antares.
• Um ano raro de ‘tríplice’ ocultação lunar-estelar.
• Encontros da Lua com Saturno e Marte em várias ocasiões ao longo do ano.
• Uma conjunção tripla rara, formando um ‘emoticon sorridente’ com a Lua, Regulus e Vênus, em 19 de setembro.
• A Lua ocultará seções do aglomerado Messier 45 (Plêiades) em todas as suas passagens em 2025.

O Sol, as estações e o ciclo solar em 2025: O ciclo solar número 25 está em sua fase de declínio em direção ao mínimo solar, esperado para 2029-2030. A Terra atingirá o periélio em 4 de janeiro a 0,98333 UA do Sol e o afélio em 3 de julho a 1,01664 UA.

As estações em 2025 começam em:

• 20 de março (equinócio do norte)
• 20 de junho (solstício do norte)
• 22 de setembro (equinócio do sul)
• 21 de dezembro (solstício do sul)

A Lua em 2025: Em 2025, ocorrerá uma Grande Paralisação Lunar, com o cruzamento do nódulo no dia 29 de janeiro. A órbita da Lua tem uma inclinação de cerca de cinco graus em relação à eclíptica, e o efeito de precessão lunar faz com que, a cada 18,6 anos, a Lua 'oscile' mais amplamente no céu.

Eclipses em 2025: Serão quatro eclipses no total: dois lunares totais e dois solares parciais:

• Eclipse lunar total na noite de 13 para 14 de março, visível nas Américas.
• Eclipse solar parcial em 29 de março, abrangendo o Atlântico Norte.
• Eclipse lunar total na noite de 7 para 8 de setembro, com foco na Ásia Central.
• Eclipse solar parcial em 21 de setembro, visível na Nova Zelândia e no Pacífico Sul.

Os planetas internos em 2025: Mercúrio atingirá o alongamento máximo seis vezes em 2025, com três aparições ao amanhecer e três ao entardecer. Vênus estará visível no céu noturno, com o alongamento máximo a 47 graus leste do Sol, em 10 de janeiro, e brilhará com magnitude -4.5. A melhor aparição de Vênus desde 2017, que depois passará para o céu da manhã a partir de junho.

Os planetas externos em 2025: Marte atingirá a oposição em 16 de janeiro, com um brilho de -1,5 de magnitude e disco de 15″. Júpiter não atingirá a oposição em 2025, apenas em 10 de janeiro de 2026, contudo, as luas do planeta terão eclipses mútuos, e em 2025, em especial, há o evento onde apenas Calisto estará visível, em 6 de outubro. Saturno atingirá a oposição em 21 de setembro, sendo um momento ideal para observar seus anéis, que estarão de canto no dia 23 de março. Urano atingirá a oposição em 21 de novembro, Netuno em 23 de setembro e Plutão em 25 de julho.

As melhores conjunções e agrupamentos em 2025: Em meados de março será possível observar todos os planetas visíveis a olho nu no céu noturno. No dia 12 de agosto, Vênus e Júpiter estarão a apenas 54′ de distância, antes do amanhecer. Em 19 de setembro, Vênus passará a 30′ ao norte de Regulus, antes do amanhecer. Nesta data, uma região da Sibéria poderá observar a Lua crescente ocultando os dois astros, enquanto o resto do mundo observará um agrupamento que remete a um 'emoticon sorridente'.

Planetas em trânsito pelo Aglomerado da Colmeia (Messier 44):

• 4 de maio: Marte
• 2 de julho: Mercúrio
• 31 de agosto: Vênus

Ocultações de planetas pela Lua em 2025: A Lua ocultará quatro planetas visíveis a olho nu (todos, exceto Júpiter) sete vezes em 2025.

Estrelas brilhantes ocultadas pela Lua em 2025: A Lua ocultará três das quatro estrelas de magnitude +1 que pode ocultar: Spica (11 vezes), Antares (12 vezes) e Regulus (6 vezes). Aldebaran ficará de fora.

Ocultações das Plêiades pela Lua em 2025: A Lua ocultará as Plêiades 14 vezes em 2025, um evento que prosseguirá até 2029.

Cometas brilhantes para observar em 2025: O cometa C/2024 G3 ATLAS pode atingir magnitude -1 ou mais, sendo visível a olho nu. Alcançará o periélio em 13 de janeiro.

Chuvas de meteoros para observar em 2025:

• Quadrantídeos: pico em 4 de janeiro (ZHR de 80).
• Líridas: pico em 22 de abril (ZHR de 18).
• Eta Aquáridas: pico em 5 de maio (ZHR de 50).
• Delta Aquáridas do Sul: pico em 31 de julho (ZHR de 25).
• Perseidas: pico em 12 de agosto (ZHR de 100).
• Oriônidas: pico em 21 de outubro (ZHR de 20).
• Leônidas: pico em 17 de novembro (ZHR de 10).
• Geminídeos: pico em 14 de dezembro (ZHR de 150).
• Ursídeos: pico em 22 de dezembro (ZHR de 10).

Outros eventos: As coordenadas estelares de 2050.0 começarão a substituir as de 2000.0. A nova T Coronae Borealis pode explodir a qualquer momento. A estrela anã branca Sirius b estará em apastron a 11,5″ da sua primária. E a missão soviética Kosmos 482, de Vênus, poderá reentrar na atmosfera em 2025.

Um teaser para 2026: A temporada de eclipses mútuos para as luas de Júpiter e o retorno dos eclipses solares totais em 12 de agosto, que cruzará a Groenlândia, Islândia e norte da Espanha.