Muitas vezes confundida com a asma, outras doenças pulmonares e infecções traqueobrônquicas, como as pneumonias, a incidência dos quadros de insuficiência cardíaca tendem a aumentar no inverno.
De acordo com uma pesquisa divulgada em 2015 pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que analisou 200 mil internações pela doença, na capital paulista, houve um aumento de 20% no número de pacientes internados por insuficiência cardíaca no período.
No Brasil, as doenças cardiovasculares lideram os índices de mortalidade. Em 2016, até 27 de junho, ocorreram 169 mil óbitos por problemas cardiológicos. Estes foram a causa, de 2004 a 2013, de 1.137.300 mortes.
Conforme observa Rogério Krakauer, cardiologista e presidente da Regional ABCDM da Sociedade de Cardiologista do Estado de São Paulo (SOCESP), o frio provoca contração dos vasos sanguíneos, conhecida como vasoconstricção, que dificulta a saída do sangue do coração. Ele explica que pessoas que não têm um quadro de doença cardíaca adaptam-se naturalmente à mudança, não sofrendo com nenhum fator complicador. No entanto, “quando o coração já está com dificuldades, a vasoconstricção aumenta, dificultando a saída e posteriormente a entrada do sangue nas cavidades cardíacas”.
Segundo relata o médico, os sintomas em alguns casos são bem parecidos com os apresentados nos acometimentos por doenças pulmonares, aumentado ainda mais o perigo.
“A insuficiência cardíaca é caracteriza por tosse, falta de ar, cansaço, perda de apetite e dificuldade para dormir, necessitando travesseiros altos, sintomas bem parecidos com um quadro asmático ou relacionado com outras doenças pulmonares. No entanto, a patologia também pode apresentar palpitações, inchaço nas pernas e tornozelos, ganho de peso, náuseas e vômitos, necessidade de urinar durante a noite, pulso irregular ou rápido, dentre outros sinais”.
Rogério Krakauer destaca que a doença ocorre quando o coração não consegue mais bombear adequadamente, tornando-se insuficiente para o resto do corpo, não conseguindo suprir as necessidades básicas, fazendo com que o sangue retorne a outras áreas do organismo e se acumule em outros órgãos, como nos pulmões, fígado, trato gastrointestinal, braços e pernas.
“O chiado no peito, a piora da falta de ar, inchaço e cansaço mais do que o habitual são sintomas que devem ser observados. A diferenciação das doenças pulmonares pode ser distinguida pelo histórico do paciente, exame físico e, às vezes, algum exame laboratorial ou de imagem, como a radiografia do tórax”.
O cardiologista ressalta que, quando bem tratada, com acompanhamento médico regular, medição da pressão arterial, alimentação saudável, controle do estresse e prática de exercícios físicos, o paciente pode retornar a sua rotina convencional.
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