Disputado por Fortaleza (CE), Natal (RN) e Recife (PE), o hub da Latam está “em suspenso”. A informação foi divulgada pela presidente da empresa aérea, Claudia Sender, em entrevista ao jornal O Globo.
“Mesmo com a crise, o Nordeste continua sendo a esquina do continente. Ele tem posição geográfica estratégica para ser o ponto de conexão entre América do Sul e Europa. Continua sendo um objetivo estratégico para a gente. Mas, dado o nível de demanda hoje, tem que ser levado com um pouco mais de cautela. O projeto está on hold (em suspenso). A gente vai continuar avaliando a demanda e a infraestrutura disponível. Este ano não sai decisão.”, disse Claudia.
A executiva acredita no potencial que o Brasil tem de dobrar de tamanho rapidamente, mas destacou que a crise deixou o setor de aviação em “coma”, com previsão de cortar 35% dos voos para os EUA – devido a queda acentuada na demanda de voos para o local -, além de até 12% no mercado doméstico.
O hub
O hub da Latam Airlines, formado pela brasileira Tam e a chilena Lan, vai exigir investimentos adicionais de US$ 1,3 bilhão. Além de gerar demanda para o Nordeste, o objetivo da empreitada é ampliar a atuação das empresas do grupo em voos entre América do Sul e Europa.
Os critérios para a definição da cidade vencedora são: localização geográfica, infraestrutura aeroportuária e seu potencial de desenvolvimento, e ainda, que ofereça uma melhor experiência ao cliente. “Fatores como competitividade de custos, atrelada a uma infraestrutura adequada, serão determinantes para a concretização desse projeto”, informou a Latam.
O plano presume que o hub opere destinos na Europa e também voos internacionais na América do Sul, além das operações dentro do Brasil. Esses destinos serão definidos ao longo do processo de implementação.
O Grupo Latam já definiu o aeroporto de Guarulhos como o seu principal hub internacional, e o novo hub no Nordeste vai complementar de maneira estratégica os objetivos do grupo, dentro de seu papel de liderança na América Latina.
Um relatório elaborado pelo Oxford Economics aponta que a instalação de um hub no Nordeste, em uma das três cidades em avaliação, trará benefícios econômicos em diversos campos. A implementação do hub deve ter um efeito multiplicador para a economia e o estudo revela que cada dólar investido pela Latam no hub irá gerar entre 5,2 e 5,8 dólares em novas atividades econômicas, considerando a média dos cinco primeiros anos de operações. Essa previsão inclui a geração de valor tanto na cidade que for escolhida quanto nas outras que participaram do estudo.
De acordo com o levantamento da Oxford Economics, o hub poderá trazer um crescimento adicional de U$ 374 milhões a U$ 520 milhões por ano ao PIB das três cidades participantes, considerando a média dos cinco primeiros anos de operação, equivalendo a uma alta anual de 5% a 7%. Isso representa entre R$ 7,1 bilhões e R$ 9,9 bilhões de reais em um período de cinco anos (considerando a cotação de R$ 3,8/US$, para a data de 16 de setembro de 2015).
No mesmo período, o potencial para geração de empregos está estimado entre 34 a 42 mil postos de trabalho em toda a região Nordeste. Apenas durante o período de construção, a estimativa é que sejam gerados de 3 a 5 mil empregos. Cabe ressaltar ainda que, independentemente da cidade a ser escolhida, os três Estados se beneficiarão. O estudo ressalta ainda a premissa de que a instalação do hub no Nordeste pode ampliar a competitividade econômica da região. O incremento seria resultado da aceleração do desenvolvimento econômico, de um maior acesso a mercados estrangeiros por meio de exportações e movimentações de mão de obra e também da atração de investimentos externos.
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