Desenvolvido pelo Observatório Nacional, instituto de pesquisa vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o “Astro – Um conjunto de ferramentas de Astronomia” oferece à sociedade a oportunidade de conhecer os fenômenos astronômicos, desde a previsão das marés oceânicas a informações geofísicas, de movimentação do sol e da lua.
O software pode ser acessado por qualquer pessoa. A linguagem é simples e direta, facilitando a compreensão do público. “É um pacote de ferramentas que visa atender a sociedade em geral, e não só os astrônomos, estudantes ou pesquisadores. É visualmente interessante. Apresentamos os dados em 3D. O Astro é um pacote de aplicativos. Em cada um tem uma descrição dos fenômenos, numa linguagem simples, objetiva e acessível a crianças e adultos”, explica o pesquisador Carlos Veiga, chefe da Divisão de Atividades Educacionais do Observatório Nacional.
O software foi criado por Veiga e equipe em 1987 e, recentemente, foi totalmente remodelado para servir à comunidade científica e também à população. Este ano, ganhou o registro do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).
“O Astro visa oferecer uma série de conceitos e fenômenos que queremos mostrar para a sociedade. Possui atrativos como nascer e ocaso do sol, as fases da lua, previsão de eclipses lunar e solar. Uma série de fenômenos que acontece no cotidiano da população que nós estamos disponibilizando”, acrescenta.
Utilidade pública
Com o Astro, o Observatório Nacional volta a fazer as previsões das marés oceânicas para o porto do Rio de Janeiro, atividade que exerceu no início do século 20. De 1912 a 1964, era utilizada uma máquina de fabricação inglesa para executar este trabalho, depois atribuído à Marinha do Brasil. Agora, será com auxílio de tecnologia de ponta que o ON retoma atividade não só no Rio, mas em outros 55 portos do Brasil.
“Em cooperação com a Marinha do Brasil, estamos prevendo marés através do software. O Astro fornece informações sobre a variação dos oceanos, nível dos portos, entre outras. Esse serviço acaba por orientar o atracamento das embarcações”, diz o pesquisador.
O software utiliza ferramentas de Astronomia e Geofísica e compila os dados oceanográficos das tábuas de marés publicadas pela Marinha. A aplicação simula eventos astronômicos associados ao fenômeno das marés, como a perturbação da lua e do sol sobre a Terra.
“Na questão da geofísica, tem uma importância econômica desse campo do conhecimento em processos estratégicos de prospecção mineral, inclusive. Desde o posicionamento de antenas, telefonia, interesses militares, ou seja, a influência desse campo na qualidade da transmissão. Por exemplo, a cada 11 anos, temos uma atividade mais forte do sol, e isso acaba influenciando nas telecomunicações”, afirma.
O Astro pode ser acessado por meio de computadores e smartphones que possuam navegadores capacitados a executar a tecnologia WebGL.
“Acho que é legal a gente devolver a sociedade o que ela nos dá. A sociedade aposta na ciência, e a gente tem que entregar resultados e serviços. Com o Astro, trazemos o cotidiano para dentro da ciência, e a ciência para o cotidiano da população”, diz.
Para acessar o Astro, acesse o link.
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