(ANSA) – Um avião da companhia aérea Egyptair que fazia a rota entre Paris e Cairo desapareceu dos radares nesta quinta-feira (19), com 66 pessoas a bordo. Destroços da aeronave foram avistados perto da ilha grega de Karpathos, mas em águas territoriais egípcias, de acordo com a imprensa francesa.
As autoridades investigam se foi um acidente ou um ato terrorista. O voo MS804 tinha partido do aeroporto Charles de Gaulle, na capital francesa, às 23h09 de ontem e desapareceu dos radares às 2h45, a 280 quilômetros de distância do início do espaço aéreo do Egito e a cerca de 37 mil pés de altura. A aeronave, modelo Airbus A320, deveria pousar no Cairo por volta das 3h15 locais.
O avião levava 56 passageiros, entre eles um menino e dois bebês recém-nascidos, sete tripulantes e três agentes de segurança da Egyptair. De acordo com a imprensa egípcia e com funcionários da Egyptair, o piloto da aeronave emitiu um alerta de emergência às 2h26, mas o sinal de SOS só foi captado duras horas depois, às 4h26. No entanto, o governo do Egito desmentiu a informação. O primeiro-ministro Sherif Ismail disse que “não há nenhum dado sobre o que aconteceu”. Enquanto isso, o primeiro-ministro da França, Manuel Valls, anunciou que “nenhuma hipótese está excluída” e que as autoridades analisam inclusive a possibilidade de um ato terrorista.
Já o presidente francês, François Hollande, conversou nesta manhã com o mandatário egípcio, Abdel Fattah al Sisi, para pedir uma “estreita colaboração” nas investigações do caso, informou o Palácio do Eliseu. Também foi realizada uma reunião de emergência de alto nível na capital francesa. Em declarações à imprensa, Hollande confirmou que o avião caiu e garantiu que as circunstâncias e as causas do acidente serão analisadas. “Nós temos o dever de saber tudo que aconteceu. Nenhuma hipótese está descartada nem excluída”, disse.
“Quando a verdade for estabelecida, teremos como tirar quaisquer conclusões, se foi um acidente ou um ato terrorista”, afirmou Hollande.
As Forças Armadas da Grécia enviaram uma equipe para a região onde foram localizados destroços que poderiam pertencer à aeronave. “Foram direcionados para Karpathos uma fragata de guerra, um avião C130 e uma aeronave militar EMB-145H para as operações de busca”, disse o Ministério da Defesa da ilha. Atentados – A França é considerada um dos principais alvos de terrorismo na Europa nos últimos anos. Em novembro do ano passado, o grupo extremista Estado Islâmico (EI, ex-Isis) cometeu uma série de atentados simultâneos em Paris, matando 137 pessoas. Foi um dos piores ataques da história francesa.
O Estado Islâmico, que domina grandes áreas da Síria e do Iraque, mantém ramificações em outros países, como a Líbia, além de recrutar jihadistas e os chamados “lobos solitários”, que agem sozinhos para cometer atentados. Além disso, em outubro, um avião russo caiu perto do Sinai, no Egito, após uma bomba explodir dentro da aeronave. O Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque, apesar de Moscou passar meses relutando em admitir que poderia ter sido um ato terrorista. Ao todo, 224 pessoas morreram. “O Kremlin e o presidente Vladimir Putin lamentam a catástrofe com o avião egípcio”, disse o porta-voz do governo de Moscou, Dmitry Peskov, nesta manhã ao comentar o acidente.
OTAN
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) ofereceu ajuda nesta quinta-feira (19) para auxiliar nas buscas e investigações do avião da Egyptair que desapareceu com 66 pessoas a bordo enquanto fazia a rota entre Paris e Cairo. “Sei que estão em curso operações nacionais de busca e que a França e o Egito concordaram em cooperar e trabalhar juntos para investigar o que aconteceu. Nós continuaremos monitorando tudo de perto. Se quiserem ajuda da OTAN, estaremos prontos a ajudar”, disse o secretário-geral da entidade, Jens Stoltenberg.
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