(ANSA) – O congresso do único partido que governa a Coreia do Norte aprovou uma ampliação do arsenal de armas nucleares do país, ratificando a política do presidente e ditador Kim Jong-un, informou a agência de notícias oficial do país, a KCNA.
Em discurso na reunião do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, a primeira em 36 anos, o líder político afirmou que seu país “é uma potência nuclear responsável” e que não há planos para uso desses armamentos “a menos que a nossa soberania seja violada por forças hostis e agressivas com testes nucleares”.
Kim Jong-un ainda mandou um recado aos Estados Unidos para que eles “não alimentem a competição intercoreana” e que “não interfiram” na península e nas questões com a Coreia do Sul.
Para o presidente, seu governo está pronto para ter “relações amigáveis” com os países que “respeitam nossa soberania”. No entanto, o principal aliado dos norte-coreanos, a China, não enviou nenhum representante para o evento, mostrando um distanciamento após os recentes testes nucleares conduzidos pelo governo local.
Outro ponto bastante abordado pelo líder foi a reaproximação com os vizinhos do Sul, que “reflete os desejos de nosso povo”.
Prometendo fazer “todos os esforços” para ativar e reforçar o diálogo com Seul em vários níveis, Kim Jong-un destacou que “as duas partes devem respeitar o caso e unirem forças como parceiros para abrir um novo capítulo que possa promover um movimento para a unificação da península, que agora está dividida”.
Porém, para que isso aconteça, Pyongyang exige que os norte-americanos deixem suas bases na Coreia do Sul e parem de apoiar militarmente Seul. Se isso for colocado em prática, o governo se comprometeu a colocar em prática um tratado de paz que substitua o armistício da Guerra da Coreia. Mas, fontes do governo sul-coreano já informaram que isso não ocorrerá.
Todavia, a política do “byungjin” – que faz um desenvolvimento paralelo do programa nuclear e da economia – não será abandonada. Para a segunda, que quase não teve espaço nas conversas, o plano quinquenal apontou uma preocupação para melhorar a qualidade de vida da população e resolver os problemas na geração de energia elétrica.
Além disso, o documento apresentou detalhes que mostram os “esforços” do governo para ter um crescimento sustentável após as sanções mais severas impostas por países e pelas Nações Unidas por conta dos recentes testes nucleares conduzidos por Pyongyang.
Repórter expulso
O repórter Rupert Wingfield-Hayes e outros dois funcionários da emissora londrina “BBC” – a produtora Maria Byrne e o cinegrafista Matthew Godard – foram detidos e serão expulsos da Coreia do Norte enquanto cobriam a convenção do partido, informou a própria empresa de comunicação. Eles prestaram depoimentos por mais de oito horas e serão mandados embora do país por estarem fazendo uma “cobertura jornalística pouco respeitosa” sobre o evento.
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