O dólar encerrou o pregão desta quinta-feira (13) próximo dos R$ 4,20, no maior patamar desde a criação do Plano Real. A moeda norte-americana fechou em alta de 1,21%, cotada a R$ 4,1957 para venda, superando o teto de R$ 4,1655 de janeiro de 2016.
No acumulado do mês, o dólar já apresenta valorização de 3,03% em relação ao real. O Banco Central segue com a política tradicional de swaps cambiais, sem efetuar na semana nenhum leilão extraordinário de venda futura de dólares, como fez há cerca de 15 dias para conter a valorização da moeda norte-americana.
O índice B3, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), terminou o dia em baixa de 0,58%, com 74.686 pontos. Os papéis da Petrobras tiveram desvalorização de 1,27%, seguidos pelos do Itau com (-0,55%) e Bradesco (-0,40%).
Novo patamar e perspectivas
A recente disparada do dólar acontece em meio a incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que faz aumentar a procura por proteção em dólar.
Veja abaixo 6 pontos para entender por que o dólar subiu tanto:
- Indefinição eleitoral gera corrida por dólares
- Guerra comercial afeta os emergentes
- Alta do juros nos EUA fortalece o dólar
- Crise das moedas emergentes afeta o Brasil
- Fraqueza da economia contamina os mercados
- Investidores aproveitam incerteza para especular
Investidores têm comprado dólares em resposta a pesquisas que mostram intenção de voto mais baixa para candidatos considerados mais pró-mercado. Na avaliação do mercado, os candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto são menos comprometidos com determinados modelos de reformas econômicas considerados fundamentais para o ajuste das contas públicas.
Na prática, as flutuações atuais ocorrem principalmente conforme cresce a procura pelo dólar: se os investidores veem um futuro mais incerto ou arriscado, buscam comprar dólares como um investimento considerado seguro. E quanto mais interessados no dólar, mais caro ele fica.
Outro fator que pressiona o câmbio é a elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes. O mercado tem monitorado ainda a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais e a crise em países como Argentina e Turquia.
Preço futuro
A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 ficou estável em R$ 3,80, segundo último boletim Focus do Banco Central. Para o fechamento de 2019, permaneceu inalterada em R$ 3,70 por dólar.
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