Variedades

Brasileiro passa muito tempo no celular e subestima problemas de visão

O Brasil pode não estar bem ranqueado em muitas pesquisas, mas se tem uma em que o país sempre ocupa as primeiras posições é na quantidade de aparelhos celulares. Hoje, 42,8% da população têm smartphone – o que nos classifica em quarto lugar.

Outra pesquisa mostra o país ainda mais à frente: o Brasil está em segundo lugar no tempo em que os usuários permanecem conectados. Em média, o brasileiro passa mais de nove horas na internet. Jovens, adultos, idosos e crianças. A sensação é de que ninguém quer ficar de fora. Mas o que muitos ignoram são os riscos reais para a visão. Na opinião do oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, muitas pessoas são totalmente negligentes com relação aos efeitos nocivos da luz azul violeta dos LEDs.

Essa luz azul violeta visível, segundo o médico, pode ser bem agressiva aos olhos, mesmo tendo menos energia do que a luz ultravioleta – contra a qual nos protegemos ao usar óculos de sol com filtro UVA e UVB. Ela está nos escritórios e escolas (luz espiral), nos aviões e nos dispositivos móveis que acessamos continuamente durante o dia e a noite.

“As crianças são as mais vulneráveis à emissão de luz azul violeta, porque têm acesso a todos os dispositivos tecnológicos e já os incorporaram à rotina, inclusive durante os estudos. Como seus olhos estão ainda em desenvolvimento, eles não têm pigmentos que ajudam a filtrar uma parte dessa luz. Mas isso não quer dizer que os adultos estão livres de risco, especialmente aqueles que passam horas no celular. O ideal, em todos os casos, seria limitar a exposição diária a essa emissão luminosa, principalmente antes de ir para a cama”.

De acordo com o oftalmologista, o primeiro problema para quem passa muitas horas conectado é uma redução significativa na produção de lágrimas. Com o tempo, a visão fica estressada. Ou seja, mesmo que temporariamente, a pessoa percebe imagens com pouca definição, meio sem foco e borradas, resultado da pouca lubrificação ocular. Além dos sintomas de olho seco, podem ocorrer episódios de dor de cabeça e enxaqueca com mais frequência. O problema pode até mesmo se tornar crônico se não for tratado a tempo. “No longo prazo, a exposição à luz azul violeta também pode resultar em risco aumentado para DMRI (degeneração macular relacionada à idade) e catarata”.

Neves chama atenção para o fato de que versões modernas dos smartphones trazem o recurso ‘night shift’, que ajusta a temperatura da cor da tela dos aparelhos. Das 22h às 7h, ela emite consideravelmente menos luz azul violeta. Outra dica simples para proteger os olhos é piscar mais vezes durante o dia. “Esse exercício é ótimo para dar um ‘reset’ nos olhos”, diz o especialista. “Quando o olho não produz lágrimas suficientes ou quando elas evaporam rapidamente, essa condição pode ser bastante agressiva para a saúde ocular, podendo evoluir para ulceração da córnea ou até mesmo perda de visão. O problema vem aumentando consideravelmente com o hábito de as pessoas passarem horas e horas diante de uma tela de led, geralmente do celular ou computador”.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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