Investigações da Aeronáutica concluíram que o acidente que matou o ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República nas eleições de 2014, Eduardo Campos (PSB), foi causado por uma sequência de falhas do piloto Marcos Martins, de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo. O resultado das investigações cita falta de treinamento do piloto para aquele tipo de aeronave e até o uso de “atalho” para acelerar o procedimento de descida.
A partir dessas conclusões, entende-se que Martins não seguiu as recomendações do fabricante ao operar os aparelhos no momento em que foi obrigado a abortar o pouso. E, com isso, acabou perdendo a referência do avião, chamado pelos técnicos de “desorientação espacial” – quando o piloto não sabe em qual posição o avião está.
Os investigadores levantaram todo o perfil psicológico, pessoal e profissional do piloto e copiloto, Geraldo da Cunha. E identificou uma série de falhas de Martins, antes e durante o voo. Também está registrado que a relação entre os dois pilotos não era boa. Eles tinham um histórico de atritos e o copiloto já teria pedido para não mais voar com Martins, que se dizia, nas redes sociais, “cansadaço” dias antes do acidente.
A investigação também conclui que Martins não estava treinado para pilotar o Cessna 560 XL, já que nunca tinha passado pelo simulador. Ainda de acordo com o jornal paulista, a investigação apurou que além do excesso de confiança do piloto e a sequência de falhas, o erro que ocasionou efetivamente o trágico acidente foi a não realização da manobra exigida para o tipo pista da Base de Santos, onde a aeronave iria pousar. Com isso, a rota estabelecida pelos manuais foi ignorada.
O relatório final da Aeronáutica com o resultado das investigações sobre o acidente que matou o presidenciável Eduardo Campos e outras seis pessoas deve começar a ser divulgado em fevereiro. A Aeronáutica ainda afirma que nenhum indício de falha técnica ou do sistema foi encontrado na aeronave.
Acidente
Em agosto de 2014, o até então presidenciável Eduardo Campos morreu após o jato Cessna em que estava cair em Santos (SP). Além de Campos, estavam na aeronave o assessor Pedro Almeida Valadares Neto, o assessor de imprensa Carlos Augusto Ramos Leal Filho (Percol), Alexandre Severo Gomes e Silva (fotógrafo), Marcelo de Oliveira Lyra (staff da campanha) e os pilotos Marcos Martins e Geraldo da Cunha.
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