A Reforma Tributária está prestes a modificar profundamente o mercado de trabalho no Brasil, exigindo adaptações de profissionais em diversas áreas. As mudanças legislativas prometem impactar setores como jurídico, contabilidade, tecnologia e gestão de pessoas, demandando atualização constante e novos investimentos em tecnologia e qualificação.
Segundo Jorge Martínez Jr., empresário contábil, sócio da HB Realiza Contabilidade e parceiro da Omie, plataforma de gestão na nuvem, é essencial que os profissionais compreendam os efeitos da reforma para se manterem competitivos.
1. Impactos no setor jurídico
O setor jurídico será um dos mais desafiados pelas mudanças. Segundo Martínez, a Reforma Tributária cria novos cenários e interpretações, exigindo uma análise aprofundada das legislações. “Serão novas considerações, interpretações e cenários. Não haverá mais resposta pronta ou precedente. Quem trabalha nesta área precisará retornar sempre ao texto legislativo antes de seguir com processos, tanto de forma preventiva quanto de forma corretiva, e essa análise vai diferenciar os mais qualificados”, afirma o especialista. Para advogados tributários, a atualização constante será imprescindível.
2. Planejamento tributário e financeiro em alta
Profissionais especializados em planejamento tributário e financeiro deverão ser muito requisitados. A reestruturação das estratégias empresariais será essencial para adequação às novas regras. “As novas leis farão com que sejam priorizados investimentos que tragam benefícios fiscais e melhorem a eficiência operacional. O aumento de interesse por essas profissões ocorrerá devido à maior preocupação em garantir que a transição tributária não seja prejudicial”, explica Martínez. O objetivo será garantir que as empresas otimizem o uso do capital em um cenário de mudanças.
3. Transformações na contabilidade
Embora a Reforma tenha sido projetada para simplificar a burocracia, a transição pode ser complexa, criando desafios para a contabilidade. “O contador precisará agir de forma ainda mais estratégica para guiar o empresário. Ele terá que se atualizar e investir em dobro no conhecimento próprio e da equipe para não ficarem presos em uma realidade tributária que não existe mais”, alerta Martínez. Além disso, áreas como consultoria fiscal e compliance estarão em alta, com a necessidade de adaptação às novas normas e otimização de tributos.
4. Tecnologia como ferramenta indispensável
A adoção de tecnologias de gestão tributária será essencial para empresas de todos os portes. Técnicos, desenvolvedores e especialistas em segurança digital terão papel fundamental na automação e integração dos processos fiscais. Ferramentas como sistemas ERP, que já oferecem suporte na gestão contábil e financeira, ganharão ainda mais espaço.
“Se feito manualmente, o processo poderia levar horas ou até dias, ainda com o risco a erros. Com as mudanças tributárias, o empresário não pode perder tempo e deve direcionar seu capital humano para análises estratégicas e interpretações legislativas, em vez de se concentrar no operacional”, recomenda o especialista.
5. Gestão de pessoas e novos desafios
Por fim, a gestão de pessoas também será impactada. Segundo Martínez, a equiparação tributária pode elevar custos em alguns setores, exigindo uma abordagem estratégica na administração de recursos humanos. “Com isso, antecipação, monitoramento, atualização contínua e comunicação clara serão os grandes desafios do setor de gestão de pessoas. Será fundamental equilibrar a carga tributária sem perder a competitividade por bons profissionais”, aponta. Empresas precisarão ajustar práticas de contratação e retenção de talentos para lidar com as mudanças fiscais.
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