O senador Rogério Marinho (PL), líder da oposição no Senado, expressou fortes críticas à política de valorização do salário mínimo implementada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista à CNN Brasil, Marinho descreveu a medida como “populista e irresponsável”, argumentando que ela causa impactos negativos na economia brasileira.
Segundo o senador, a política de reajuste do salário mínimo acima da inflação pressiona as contas públicas, elevando os custos da Previdência Social e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), programas que têm seus valores atrelados ao mínimo. “(A política) impacta fortemente nas contas públicas, porque pressiona Previdência e BPC. O governo faz tudo errado e perde credibilidade e legitimidade de fazer o debate de forma séria”, afirmou Marinho.
A política de valorização do salário mínimo, que prevê reajustes anuais acima da inflação, foi retomada no terceiro mandato de Lula, após um período sem vigência durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No fim de 2024, a regra foi alterada para limitar o crescimento real a 2,5%, mantendo-se, no entanto, acima da inflação.
Marinho defende que aumentos salariais só deveriam ocorrer mediante ganhos de produtividade. “Só pode haver aumento de salário se houver ganho de produtividade. Quando se dá aumento de salário, impacta negativamente na economia, gera efeito contrário do que se espera na política econômica. Ao contrário do que se espera, e é o que aconteceu, em vez de aumentar o poder de compra, gera desajuste na economia, e esse é apenas um dos aspectos”, declarou.
De acordo com o senador, a expansão excessiva dos gastos governamentais prejudica a economia, anulando os benefícios dos aumentos salariais. “Prejudica as contas públicas porque aumenta o custo de manutenção da previdência e do BPC e gera efeito contrário do que se imagina. A economia está se deteriorando. Estamos perdendo capacidade de ter uma moeda forte, de se ter investimentos na economia. É uma espiral negativa, populista e irresponsável”, concluiu Marinho.
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