PEC que restringe abono salarial avança na Câmara em meio a críticas da oposição

PEC que restringe abono salarial avança na Câmara em meio a críticas da oposição
Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O plenário da Câmara dos Deputados iniciou a análise da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/24, que propõe restringir gradualmente o acesso ao abono salarial do Programa PIS/Pasep. A medida, parte do pacote de ajuste fiscal do governo, visa alterar as regras para o benefício pago a trabalhadores com carteira assinada e servidores públicos, atualmente correspondente a um salário mínimo.

A tramitação da PEC ganhou destaque após decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira, de analisá-la em conjunto com a PEC 31/07, que trata da reforma tributária. Lira justificou a decisão afirmando que ambas as propostas já estão em estágio avançado de tramitação, estando, portanto, aptas para votação no Plenário.

Essa manobra, no entanto, gerou forte reação da oposição. Parlamentares criticaram a junção das propostas, alegando que a medida atropela o rito legislativo. Segundo a deputada Adriana Ventura (Novo-SP), a ação de pegar uma PEC em diferente estágio de tramitação para votação “no fórceps” representa uma quebra do processo legislativo regular.

A deputada Julia Zanatta (PL-SC) também se manifestou contrária à forma como a PEC está sendo conduzida, classificando a tramitação como uma manobra para acelerar a aprovação do texto. Zanatta declarou: “Vamos votar essa PEC 15 dias depois de ela ter chegado a esta Casa. A democracia tem de existir aqui dentro do Parlamento”.

A PEC 45/24, que estabelece a restrição gradual do acesso ao abono salarial, impacta diretamente os trabalhadores que recebem até dois salários mínimos por mês, que são os maiores beneficiários do programa. O abono salarial é pago anualmente a esses trabalhadores que cumpram os requisitos estabelecidos na lei e que não podem ter recebido mensalmente mais de dois salários mínimos, ter trabalhado com carteira assinada por pelo menos 30 dias e estar cadastrado no PIS/PASEP há pelo menos cinco anos, além de ter seus dados informados corretamente pelo empregador.

A proposta visa alterar esses critérios, tornando o acesso ao benefício mais restrito e promovendo uma economia nos gastos da União.

Assista à sessão ao vivo:

Plenário aprova novo limite de gastos públicos e Programa de Transição Energética - 18/12/24

Acompanhe mais informações em instantes.

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