Durante reunião realizada no Fórum de São Paulo do Potengi ficou estabelecido uma restrição para as Eleições 2024 nos quatro municípios pertencentes à 8ª Zona Eleitoral do Rio Grande do Norte: São Paulo do Potengi, Riachuelo, Santa Maria e São Pedro. Durante o encontro, que teve como foco a discussão sobre propaganda eleitoral, decidiu-se que o uso de fogos de artifício está proibido em toda a campanha eleitoral nessas localidades.
A decisão foi tomada com o objetivo de proteger pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), idosos, crianças, gestantes, pessoas acamadas e animais, que podem ser gravemente afetados pelos ruídos dos fogos. O impacto negativo dos fogos de artifício na saúde auditiva e emocional desses grupos foi o principal motivo para essa medida.
A utilização de fogos tem sido amplamente criticada por causar crises de ansiedade, pânico e desregulação emocional, especialmente em crianças autistas, conforme relatado por Louise Gomes, uma das mães presentes na reunião.
Louise, em um depoimento contundente, destacou os efeitos devastadores que os fogos podem ter nas crianças autistas: “A criança autista, quando é impactada pelo barulho dos fogos, pode sofrer crises de ansiedade, pânico, desregulação (…) Algumas crianças se agridem, agridem seus familiares. Algumas adoecem (…) Uma grande parcela da população é afetada por isso, e eu faço um questionamento a vocês: qual é o benefício dos fogos de artifício para a sociedade?“.
A reunião contou com a presença de várias autoridades, incluindo a juíza eleitoral Dra. Vanessa Lysandra Fernandes, que presidiu o encontro, o promotor eleitoral Dr. Sidharta John Batista, o Chefe de Cartório Edmundo Balbino da Costa e o Major da Polícia Militar Sidcley Amaral, comandante da 9ª Companhia.
O Chefe de Cartório Edmundo Costa, que foi o idealizador da pauta, destacou a importância de expandir essa discussão para outras zonas eleitorais e estados. “Nossa ideia é disseminar ao máximo para que outras zonas e até outros estados possam se sensibilizar”, afirmou.
A proibição é vista como um avanço nas políticas de inclusão e cidadania, seguindo uma tendência que já é observada em outros estados brasileiros, onde leis que proíbem a soltura de fogos de artifício estão em vigor. A decisão também reflete um movimento crescente de conscientização sobre o impacto negativo dos fogos na sociedade.
A repercussão da reunião foi significativa, com a divulgação de trechos do encontro nas redes sociais, onde o vídeo já acumula mais de 100 mil visualizações no Instagram. Além disso, um documento com a assinatura de 80 mães de crianças com TEA foi entregue, expressando apoio à decisão.
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