O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou apoio ao novo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, assegurando que o governo não exercerá qualquer tipo de interferência na atuação da autarquia federal. A declaração foi feita em um vídeo divulgado nas redes sociais, onde Lula apareceu ao lado de importantes ministros de seu governo.
“Eu quero que você saiba que jamais haverá da parte da Presidência qualquer interferência no trabalho que você tem que fazer no Banco Central”, afirmou Lula a Galípolo, enfatizando o respeito à autonomia da instituição, garantida por lei desde 2021. A autonomia do Banco Central abrange a gestão, incluindo os mandatos de seus diretores e presidente.
Transição e Mandato
Gabriel Galípolo assume a presidência do BC em 1º de janeiro, com um mandato de quatro anos. Ele sucede Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra após um ciclo completo sob a nova lei de autonomia do Banco Central. Galípolo terá a responsabilidade de supervisionar o sistema financeiro e conduzir a política monetária do país. O presidente Lula expressou confiança na capacidade de Galípolo, afirmando que ele será o presidente do Banco Central com mais autonomia já vista, confiando em sua experiência e compromisso com o povo brasileiro.
Compromisso com a Estabilidade
Lula destacou a importância da estabilidade econômica e do combate à inflação para proteger o poder de compra das famílias. “Tomamos as medidas necessárias para proteger a nova regra fiscal e seguiremos atentos à necessidade de novas medidas”, disse o presidente. Ele também ressaltou que o país é guiado por instituições fortes e independentes, trabalhando em harmonia e com responsabilidade.
Histórico e Críticas Anteriores
Durante o ano anterior, Lula criticou as decisões do BC sob a gestão de Campos Neto, especialmente em relação à taxa básica de juros, a Selic, instrumento essencial para o controle da inflação. O Comitê de Política Monetária (Copom) recentemente elevou a Selic para 12,25% ao ano, decisão justificada pela alta do dólar e incertezas econômicas globais. A decisão foi tomada por unanimidade pelos diretores da instituição.
Perfil do Novo Presidente
Galípolo tem uma trajetória profissional diversificada, tendo atuado como secretário de Economia e de Transportes do governo de São Paulo, além de ter trabalhado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e no Centro Brasileiro de Relações Internacionais. Ele também fundou o Banco Fator. Em 2023, Galípolo assumiu o cargo de secretário-executivo do Ministério da Fazenda, até ser indicado e aprovado para a diretoria de Política Monetária do BC. Após a sanção da Lei nº 14.138/2021 que assegurou a autonomia do BC, o processo de indicação de diretores e do presidente do BC passou por aprovação do Senado Federal.
Sua indicação por Lula ocorreu no final de agosto e foi aprovada pelo Senado em outubro, após sabatina. Agora, ele se prepara para liderar o Banco Central em um novo capítulo da economia brasileira.
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