O deputado federal Glauber Braga (PSOL/RJ) completa hoje oito dias em greve de fome, um protesto que tem atraído a atenção de figuras importantes do cenário político e cultural brasileiro. A manifestação ocorre em resposta à recomendação do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pela cassação de seu mandato, levando-o a acampar no plenário da Casa. Recentemente, a Câmara dos Deputados discute financiamento da CNH para baixa renda, mostrando a dinâmica constante do debate político.
Estado de Saúde e Determinação
Em nota divulgada nesta quarta-feira (16), Braga relatou ter sentido um maior impacto emocional durante a noite, com cerca de quatro horas de sono. Contudo, reafirmou sua determinação: “Acordei, pensei bastante e me sinto forte novamente. Não vou desistir”. Acompanhamos também quando o Deputado Glauber Braga iniciou a greve de fome na Câmara.
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Para preservar sua energia, o deputado restringiu o contato com a imprensa e tem se limitado a ingerir bebidas isotônicas. Sua rotina inclui banhos de sol e avaliações médicas duas vezes ao dia. Segundo o médico Antônio Alves, Braga apresentou cefaleia frontal leve e um mal-estar gastrointestinal, além de dores nas costas, mas sem necessidade de analgésicos. O parlamentar já perdeu mais de quatro quilos.
Entenda o Caso
Glauber Braga é acusado de quebra de decoro parlamentar após um incidente em que agrediu um militante de extrema-direita que teria ofendido sua mãe. A defesa do deputado argumenta que a punição é desproporcional e alega perseguição política em virtude das denúncias de Braga sobre o orçamento secreto.
Divergências no Conselho de Ética
O deputado João Leão (PP-BA), que votou pela cassação no Conselho de Ética, declarou que inicialmente defendia uma suspensão de seis meses para Braga. No entanto, mudou seu voto devido ao comportamento do deputado do PSOL durante o processo. “Ele está sendo cassado pelo comportamento dele no Conselho de Ética. Ele cavou a própria cova. Ele chamou o relator e o ex-presidente da Câmara de ladrões. Ele não tem condições de continuar porque não respeita os pares”, afirmou Leão.
Braga, por sua vez, acusa Arthur Lira e Paulo Magalhães de orquestrarem sua cassação em retaliação às suas denúncias sobre o orçamento secreto. Ambos negam as acusações, e Lira ameaça processar Braga caso ele não apresente provas.
Próximos Passos e Estratégias
O PSOL tem até a próxima terça-feira (22) para recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A deputada Sâmia Bonfim (PSOL/SP), esposa de Glauber, informou que o partido avalia a melhor estratégia para o recurso, ponderando entre uma peça jurídica detalhada e uma abordagem mais concisa, dependendo das negociações com líderes de outras bancadas.
Bonfim ressaltou a importância do apoio recebido para enfrentar o período de esvaziamento da Câmara, enfatizando que “a solidariedade, a repercussão, as visitas” têm sido fundamentais.
Apoio e Vigília
Uma vigília foi organizada em frente à Câmara dos Deputados para manifestar apoio a Glauber Braga e protestar contra o projeto de lei da Anistia. Aposentados e membros de coletivos sociais participam do ato, que busca demonstrar indignação e solidariedade ao deputado e sua família. É importante lembrar que Bolsonaro nega golpe e expressa expectativa por 'ajuda externa' em ato pró-anistia, o que demonstra a polarização do cenário político atual.
Além disso, Glauber tem recebido visitas e manifestações de apoio de diversos setores, incluindo parlamentares de diferentes partidos, ministros do governo Lula, artistas e lideranças religiosas. Um abaixo-assinado contra sua cassação já ultrapassou 154 mil assinaturas.