Política

Câmara aprova recontagem de votos: polêmica decisão gera debate sobre urnas eletrônicas

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei nº 1.169/2015, que permite a recontagem física de votos em eleições nacionais, estaduais, distritais ou municipais. A decisão, tomada por 31 votos a 20, reacende o debate sobre a segurança das urnas eletrônicas e contraria decisão anterior do Supremo Tribunal Federal (STF), que declarou inconstitucional o voto impresso em 2020. Projeto de Lei nº 1.169/2015

O projeto, de autoria do deputado Carlos Henrique Gaguim (União-TO), prevê a impressão de cada voto e a posterior verificação em uma amostragem de 5% das urnas. Essa amostra será selecionada aleatoriamente em sorteio público, com a presença de representantes de partidos políticos, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e outras entidades. Os votos impressos serão então confrontados com os registros eletrônicos.

O relator do projeto na CCJ, deputado José Medeiros (PL-MT), defendeu a constitucionalidade e juridicidade da proposta, argumentando que a medida visa reforçar a credibilidade do sistema eleitoral. Ele propôs a verificação pública de 5% das urnas, após cada eleição, pelos membros da mesa receptora. A sugestão do deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG) de confrontar os votos eletrônicos com os impressos foi incorporada ao projeto.

“Mantemos a urna eletrônica, que imprimirá cada voto, que cairá em uma urna. E, obrigatoriamente, sorteamos uma amostragem de 5% das urnas eletrônicas para fazer a conferência dos votos físicos”, explicou Andrada. “O projeto original falava na contagem pública dos votos. Ou seja, era voltar à contagem manual”, completou o deputado.

A deputada Coronel Fernanda (PL-MT) acredita que a aprovação do projeto contribuirá para a pacificação do país, afirmando que a verificação da segurança das urnas acabaria com as dúvidas sobre o processo eleitoral. Já o deputado Helder Salomão destacou que as críticas às urnas eletrônicas surgem principalmente após derrotas eleitorais, lembrando que o sistema, em uso desde 1996, nunca apresentou falhas relevantes que comprometessem sua segurança e transparência.

Diversas entidades do movimento suprapartidário Pacto Pela Democracia, incluindo a Transparência Brasil e a Conectas Direitos Humanos, se manifestaram contrárias ao projeto em nota divulgada em 10/12/2024, considerando-o um retrocesso e uma estratégia para alimentar a desconfiança no sistema eleitoral. As organizações destacam que o sistema de votação já apresenta segurança comprovada e que a iniciativa busca minar a confiança nas urnas eletrônicas.

Para se tornar lei, o projeto ainda precisa da aprovação do Plenário da Câmara e do Senado.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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