O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, no domingo (6), onde negou as acusações de tentativa de golpe e manifestou esperança em “ajuda externa”. O evento teve como foco a defesa da anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro em Brasília.
Durante o protesto, manifestantes vestidos de verde e amarelo exibiram batons em apoio a Débora Rodrigues Santos, cabeleireira que teve prisão domiciliar concedida após ser presa por pichar a estátua “A Justiça” em frente ao STF. A Procuradoria-Geral da República (PGR) a acusa de adesão ao movimento golpista desde o fim das eleições de 2022 e de obstruir investigações.
Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que, se estivesse no Brasil em 8 de janeiro, teria sido preso. Ele também mencionou a ausência de seu filho, Eduardo Bolsonaro, que se mudou para os Estados Unidos sob alegação de perseguição política, e expressou a crença de que Eduardo pode articular apoio internacional: “Tenho esperança que de fora venha alguma coisa para cá”. Recentemente, a PGR se manifestou contra pedido de prisão de Bolsonaro por incitação ao crime.
Presenças notáveis
Diversos governadores marcaram presença no ato, incluindo Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais), Ratinho Junior (Paraná), Wilson Lima (Amazonas), Ronaldo Caiado (Goiás), Mauro Mendes (Mato Grosso) e Jorginho Mello (Santa Catarina). Parlamentares e outras figuras políticas, como Valdemar Costa Neto (presidente do PL) e Ricardo Nunes (prefeito de São Paulo), também compareceram.
Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão da Justiça Eleitoral, que considerou que a reunião com embaixadores estrangeiros em julho de 2022 teve fins eleitorais, com alegações infundadas sobre o sistema eleitoral brasileiro. Ele também é réu por tentativa de golpe, juntamente com outras sete pessoas, após decisão do STF, e pode ser condenado à prisão. Em outro caso relacionado, o STF avaliou a denúncia contra Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado.
Em referência à sua inelegibilidade e ao processo em curso no STF, Bolsonaro criticou o que chamou de “ativismo jurídico” e reafirmou sua confiança de que a situação será revertida. Ele também questionou a legitimidade das eleições de 2022, repetindo alegações de fraude sem apresentar provas concretas.
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