Rouquidão persistente exige atenção: especialista alerta para possível sinal de câncer de laringe

Em alusão ao Dia Mundial da Voz, especialistas alertam para a importância de se atentar a rouquidões persistentes, que podem ser um sintoma de câncer de laringe. Embora, na maioria das vezes, a rouquidão seja associada a infecções ou uso excessivo da voz, é crucial investigar a causa quando o sintoma se prolonga.

Câncer de Laringe: Detecção Precoce é Fundamental

De acordo com Daniel Dávila, membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, o câncer de laringe representa cerca de 2% dos tumores que afetam a população brasileira. Ele destaca que, em dois terços dos casos, os tumores se localizam na região da prega vocal. “Esse tipo de câncer pode ser facilmente tratado com cirurgia ou radioterapia, se for descoberto na fase inicial, com chance de índice de cura acima de 90%. Mas há uma estimativa de que 80% dos diagnósticos de câncer de laringe no Brasil são feitos em estágios mais avançados”, revela Dávila.

Sinais de Alerta

A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial aproveita o Dia Mundial da Voz para reforçar a importância de procurar um especialista caso a rouquidão persista por mais de duas semanas. Outros sintomas que merecem atenção são:

• Pigarro constante.
• Sensação de bolo na garganta.
• Dor persistente na garganta por mais de duas semanas.
• Nódulos endurecidos e doloridos no pescoço, que podem estar associados a dor de ouvido.

Fatores de Risco e Diagnóstico

O médico Daniel Dávila ressalta que alguns grupos apresentam maior risco de desenvolver câncer de laringe:

“O principal agente etiológico para o paciente ter lesão pré-maligna na prega vocal é o tabagismo. E se esse tabagismo vier associado com o consumo de álcool existe uma sinergia entre esses fatores que pode aumentar em até 40 vezes as chances de o paciente ter um câncer de laringe”, enfatiza.

Além do tabagismo e do consumo de álcool, a exposição a poeiras e componentes químicos no ambiente de trabalho também aumenta o risco. O diagnóstico inicial pode ser realizado por um otorrinolaringologista por meio de exame clínico, complementado com videolaringoscopia.