Neste sábado, 14 de dezembro de 2024, o país participou do Dia D de Mobilização contra a Dengue, uma iniciativa nacional para combater a proliferação do Aedes aegypti. Em Brasília, a ação concentrou-se na Ceilândia, onde equipes compostas por 47 bombeiros, 30 vigilantes ambientais, cinco vigilantes sanitários e o apoio de três veículos equipados com “fumacê” percorreram a região QNP 32. O Ministério da Saúde também esteve presente, dando suporte à operação.
Combate em escala nacional: A iniciativa, aberta pela Ministra da Saúde, Nísia Trindade, no Rio de Janeiro, visou a prevenção e controle da dengue, antes do início do verão. A escolha da data não foi aleatória, segundo a coordenadora-geral de Vigilância em Arboviroses do Ministério da Saúde, Lívia Vinhal. A estratégia é prevenir uma repetição da superepidemia do verão anterior, que resultou em 7 mil mortes e um número de casos superior à soma dos quatro anos precedentes. “O aquecimento global contribuiu para essa mudança. Nos últimos anos, não tivemos invernos tão frios. Diversos países temperados que não tinham o mosquito passaram a registrar transmissões”, explicou Lívia. O Ministério da Saúde alerta para o aumento de casos de dengue no verão, principalmente com a chegada do período chuvoso.
Prevenção e conscientização em foco: Em uma casa na Ceilândia, a aposentada Antônia Maria dos Prazeres Araújo, 68 anos, teve um susto ao perceber um saco de lixo acumulando água da chuva, um potencial criadouro do mosquito. A situação foi rapidamente resolvida com um furo no saco, prevenindo o desenvolvimento de larvas. A experiência de Antônia ilustra a importância da conscientização da população, que, segundo Lívia Vinhal, é fundamental, mesmo com a existência de vacina, atualmente disponível apenas para crianças de 10 a 14 anos. “A melhor maneira de combater a dengue é a prevenção, por meio do cuidado da população em evitar focos”, ressaltou a coordenadora. A mobilização nacional para prevenção, como o Dia D contra a dengue, é crucial para conter o avanço da doença.
Ações em Brasília: No Distrito Federal, o mutirão incluiu a aplicação de larvicidas e orientações aos moradores sobre como evitar a proliferação do Aedes aegypti. Ações semelhantes serão realizadas semanalmente em cada região administrativa do DF. “Todos os sábados, mobilizaremos vários órgãos governamentais para combater o mosquito da dengue. Se a população não se engajar, todo o esforço do GDF [Governo do Distrito Federal] para combater o mosquito será em vão, e vai se repetir a situação do fim do ano passado e do início deste ano”, alertou Luiz Felipe Carvalho, presidente da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) do Distrito Federal.
Importância da ação comunitária: O foco principal de proliferação, em um dos locais visitados, não estava dentro da casa de Dona Antônia, mas sim na calha entupida do seu vizinho. Isso evidencia a necessidade de ação comunitária no combate à dengue. “O combate à dengue, acima de tudo, é comunitário. Cada morador responde não apenas por si, mas por quem está perto dele”, reforçou o presidente da SLU. Os agentes aconselharam Dona Antônia e outras pessoas sobre medidas preventivas, como evitar deixar baldes destampados e cobrir cavidades onde a água possa se acumular. A ministra Nísia Trindade defende a ação global no combate à dengue, reconhecendo a importância da cooperação internacional.
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