Vaticano em Sede Vacante: Cardeal Farrell assume após falecimento do Papa Francisco

Vaticano em Sede Vacante: Cardeal Farrell assume após falecimento do Papa Francisco
Imagem de Paula Flan por Pixabay

Com a morte do Papa Francisco, aos 88 anos, o Vaticano inicia uma série de protocolos relativos ao funeral e à eleição de um novo líder da Igreja Católica através do conclave. Este período, conhecido como Sede Vacante, transfere a administração da Sé Apostólica para o Camerlengo, um cardeal que desempenha funções semelhantes às de um assistente papal.

O atual Camerlengo é o cardeal Kevin Farrell, um irlandês-americano que ocupa o cargo desde fevereiro de 2019, após o falecimento do cardeal francês Jean-Louis Tauran.

Farrell tem a responsabilidade de certificar oficialmente a morte do Papa, ato que é então comunicado aos fiéis. Tradicionalmente, essa verificação envolve o Camerlengo batendo três vezes na cabeça do pontífice com um martelo de prata, enquanto pronuncia seu nome.

As responsabilidades do Camerlengo estão detalhadas no documento Universi Dominici Gregis, uma constituição da Igreja promulgada pelo Papa João Paulo II na década de 1990.

Além de confirmar o falecimento do pontífice, o Camerlengo lacra os aposentos e escritórios papais no Vaticano, garantindo que nada seja removido ou alterado até que o novo Papa seja eleito e empossado.

O Camerlengo também é responsável por organizar o funeral do Papa, em colaboração com outros cardeais, especialmente se o falecido Papa não tiver deixado um plano pré-definido para este evento. Isso inclui o transporte do corpo dentro e fora do Vaticano, a prevenção de fotografias indevidas e a organização do rito fúnebre.

É importante ressaltar que estas funções são exercidas em nome e com o consenso do Colégio dos Cardeais. O Camerlengo atua como um administrador e supervisor, assegurando que a transição para um novo pontificado ocorra de forma organizada e em conformidade com as normas estabelecidas.

Durante a Sede Vacante, o Camerlengo administra os bens da Igreja e torna-se, interinamente, o administrador de propriedades do Vaticano, como o Palácio Apostólico, a residência oficial do pontífice, o Palácio de Latrão, a antiga residência papal, e o Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, a casa de verão do Papa.

Garantir a condução tranquila e segura do conclave é outra atribuição do Camerlengo. O processo de eleição do novo chefe da Igreja Católica é estritamente confidencial.

Os cardeais se reúnem na Capela Sistina a portas fechadas, e nenhum detalhe do que acontece ali pode ser divulgado, especialmente as votações. Uma inspeção prévia, supervisionada pelo Camerlengo, é realizada no local para garantir a ausência de dispositivos de gravação de áudio ou vídeo.

Por fim, como membro do Colégio de Cardeais, o Camerlengo também tem o direito de votar na eleição do novo Papa durante o conclave. Sete cardeais brasileiros estão aptos a eleger o sucessor do Papa Francisco neste Conclave.

Possíveis sucessores

Com a morte do Papa Francisco, o Vaticano se prepara para eleger um novo líder da Igreja Católica. Até que isso ocorra, as decisões urgentes ficarão a cargo do Colégio dos Cardeais. A votação, conhecida como Conclave, deve começar entre 15 e 20 dias, com a participação de 138 cardeais com menos de 80 anos, incluindo sete brasileiros.

Alguns nomes cotados para suceder Francisco incluem:

  • Jean-Marc Aveline (arcebispo de Marselha, França)
  • Cardeal Peter Erdo (Hungria)
  • Cardeal Mario Grech (secretário-geral do Sínodo dos Bispos, Malta)
  • Cardeal Juan Jose Omella (arcebispo de Barcelona, Espanha)
  • Cardeal Pietro Parolin (diplomata do Vaticano, Itália)
  • Cardeal Luis Antonio Gokim Tagle (Filipinas)
  • Cardeal Joseph Tobin (arcebispo de Newark, NJ, EUA)
  • Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson (funcionário do Vaticano, Gana)
  • Matteo Maria Zuppi (arcebispo de Bolonha, Itália)

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