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Trump ameaça Putin com tarifas e dá ultimato de 100 dias para o fim da guerra na Ucrânia

Em entrevista à Fox News, Trump atribuiu a escalada das tensões na Ucrânia e em Israel à incompetência dos assessores do ex-presidente Joe Biden.

O presidente dos EUA, Donald Trump, elevou o tom em relação à guerra na Ucrânia, ameaçando o presidente russo, Vladimir Putin, com a imposição de tarifas e sanções caso um acordo de paz não seja alcançado em 100 dias. A declaração, feita nesta quarta-feira (22), marca uma mudança na postura de Trump, que anteriormente havia prometido encerrar o conflito em 24 horas após sua posse.

Em uma publicação em sua rede social, Trump afirmou que a economia russa está em declínio e que a imposição de medidas econômicas seria um “grande favor” a Putin. Ele declarou: “Se não chegarmos a um acordo em breve, não tenho outra escolha senão aplicar altos níveis de impostos, tarifas e sanções a tudo o que for vendido pela Rússia aos EUA e a vários outros países. Vamos acabar com esta guerra, que nunca teria começado se eu fosse presidente.”

A resposta do Kremlin veio por meio do vice-embaixador da Rússia na ONU, Dmitri Polyanski, que questionou a definição de “acordo” para Trump e acusou os EUA de uma “política maliciosa” na Ucrânia desde 2014.

A eficácia das ameaças econômicas é questionável. As importações americanas da Rússia são relativamente pequenas (US$ 4,6 bilhões em 2023), enquanto a China importa mais de US$ 560 bilhões. Além disso, a Rússia já enfrenta diversas sanções internacionais devido à anexação da Crimeia em 2014 e à invasão da Ucrânia em 2022, que mostraram pouco impacto coercitivo até o momento.

Preocupações na Europa e negociações

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, expressou preocupação com um possível cenário de vitória russa, alertando que isso minaria a credibilidade da aliança e custaria trilhões para ser restaurada. Ele destacou que um “mau acordo” que favorecesse a Rússia seria um erro geopolítico significativo. A ansiedade na Europa é amplificada pelas declarações de Trump sobre negociações com Putin, com Rutte demonstrando cautela.

Trump declarou estar “examinando” a continuidade do envio de armas à Ucrânia e pretende conversar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e com Putin “muito em breve”. O Kremlin afirmou que Putin está aberto ao diálogo, mas ainda não há nenhuma reunião agendada.

A diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo-Iweala, alertou sobre as consequências catastróficas de uma guerra comercial em retaliação às medidas de Trump, prevendo perdas de dois dígitos no PIB global. O presidente francês, Emmanuel Macron, também expressou ceticismo sobre um fim rápido para a guerra, afirmando que o conflito não terminará “amanhã, nem depois de amanhã”.

Em entrevista à Fox News, Trump atribuiu a escalada das tensões na Ucrânia e em Israel à incompetência dos assessores do ex-presidente Joe Biden, afirmando que seu antecessor recebeu “conselhos ruins” em relação a esses conflitos. Ele reiterou sua promessa de resolver o conflito na Ucrânia rapidamente, destacando a necessidade de uma solução “fácil”, em contraste com a abordagem mais dura com Putin expressa posteriormente.

Visão de futuro e internamente

Em seu segundo mandato, Trump pretende implementar uma política externa pragmática, abandonando o que o secretário de Estado, Marco Rubio, chamou de “ordem mundial liberal obsoleta”. Essa nova abordagem incluiria uma revisão das relações com a Europa e um foco maior na América do Norte e no combate à China, buscando influenciar ou controlar regiões como a Groenlândia, o Canadá, e o Canal do Panamá.

Internarmente, Trump pretende reduzir a dependência dos EUA de importações através de altas tarifas e uma reindustrialização do país. Seu sucesso dependerá de vitórias domésticas rápidas, como uma grande deportação de imigrantes ilegais e a solução do conflito ucraniano em 100 dias, para consolidar o apoio republicano para as eleições intermediárias de 2026.

Embora as ambições de Trump sejam significativas, há incertezas quanto à sua viabilidade. O baixo volume de comércio com a Rússia limita o impacto potencial das tarifas, e o isolamento em relação à Europa pode criar um vácuo de poder que adversários poderiam preencher. A capacidade de Trump em superar a “resistência interna” do que ele chama de “estado profundo” liberal, através da nomeação de aliados para posições-chave, também é crucial para a implementação de suas políticas. Discrepâncias ideológicas dentro de sua coalizão, especialmente sobre imigração, também podem comprometer sua agenda.

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Rafael Nicácio

Co-fundador e redator do Portal N10, sou responsável pela administração e produção de conteúdo do site, consolidando mais de uma década de experiência em comunicação digital. Minha trajetória inclui passagens por assessorias de comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (ASCOM) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atuei como estagiário. Desde 2013, trabalho diretamente com gestão de sites, colaborando na construção de portais de notícias e entretenimento. Atualmente, além de minhas atividades no Portal N10, também gerencio a página Dinastia Nerd, voltada para o público geek e de cultura pop. MTB Jornalista 0002472/RN E-mail para contato: [email protected]

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