O Ministério da Defesa Nacional de Taiwan anunciou, na última sexta-feira, a implantação de novos sistemas de defesa antimísseis fornecidos pelos Estados Unidos até o final deste ano. Os Sistemas Avançados de Mísseis Superfície-Ar (NASAMS), de fabricação norueguesa, serão instalados em locais de importância estratégica no norte da ilha, incluindo o distrito de Songshan, em Taipei, e o distrito de Tamsui, em Nova Taipei.
O NASAMS é um sistema de defesa aérea de médio alcance, capaz de interceptar aeronaves, veículos aéreos não tripulados e mísseis de cruzeiro. Ele integra tecnologia de radar avançada e um sistema de comunicação militar para neutralizar ameaças aéreas. A Agência de Cooperação de Segurança de Defesa dos EUA aprovou a venda de três unidades do NASAMS para Taiwan, como parte de um pacote de armas de US$ 2 bilhões anunciado em outubro do ano passado, representando a 17ª venda de armas para Taiwan sob a administração do presidente americano Joe Biden.
De acordo com o Ministério da Defesa taiwanês, a instalação faz parte de um esforço para fortalecer as capacidades de defesa aérea em resposta ao aumento da atividade militar chinesa no Estreito de Taiwan. Os sistemas NASAMS complementarão as plataformas de defesa aérea já existentes, incluindo os mísseis Tien Chien II (Sky Sword II), Tien Kung (Sky Bow) e Patriot Advanced Capability-3 (PAC-3).
Além disso, Taiwan assinou contratos para sistemas de radar de matriz eletrônica de banda L e não-L, projetados para melhorar as taxas de detecção e resistir a interferências, informou o ministério. Esses sistemas de radar serão distribuídos por todo o país, proporcionando uma cobertura abrangente. O ministério informou que NT$ 24,3 bilhões (equivalente a cerca de US$ 737 milhões) foram destinados aos contratos do NASAMS e de radares.
O anúncio ocorre em meio a contínuas tensões entre Pequim e Taipei sobre o status político de Taiwan. A China considera a ilha autônoma como uma província separatista e prometeu reunificá-la, inclusive pela força, se necessário. Taiwan rejeita as reivindicações de Pequim e insiste em sua soberania. O governo em Taipei tem condenado os frequentes exercícios militares de Pequim perto da ilha como provocativos e prejudiciais à paz regional.
Embora os EUA oficialmente adiram à política de Uma Só China, reconhecendo a reivindicação de Pequim sobre Taiwan, têm mantido um forte apoio militar à ilha. Em dezembro, o Senado dos EUA aprovou um projeto de lei de defesa de US$ 895 bilhões que incluía diversas medidas destinadas a reforçar o apoio militar a Taipei.
Pequim tem se oposto veementemente às ações dos EUA, impondo sanções a sete empresas de defesa americanas em dezembro de 2024 e proibindo a venda de produtos de dupla utilização para 28 fornecedores militares americanos no início deste mês, alegando violações do princípio de Uma Só China.
A escalada militar e diplomática reflete uma complexa dinâmica geopolítica na região, onde o reforço da defesa de Taiwan e a resposta da China sinalizam um cenário de tensões crescentes.
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