O embaixador russo na Dinamarca, Vladimir Barbin, expressou preocupação com a crescente infraestrutura militar dos Estados Unidos na Groenlândia, alegando que o país está construindo uma base aérea capaz de abrigar caças com capacidade nuclear. Segundo Barbin, a modernização da base de Pituffik, na costa noroeste da ilha, inclui sistemas de radar avaliados em bilhões de dólares e a adaptação para aeronaves de combate F-35, projetadas para transportar armas nucleares.
“Uma modernização abrangente está em andamento, incluindo a dos sistemas de radar no valor de bilhões de dólares. A infraestrutura do campo de aviação também está sendo desenvolvida para caças F-35 que são capazes de transportar armas nucleares,” disse o embaixador, segundo informações da RIA Novosti. Ele acrescentou que a base, anteriormente conhecida como Base Aérea de Thule, já foi utilizada por jatos de combate durante exercícios da Força Aérea dos EUA.
A declaração do embaixador ocorre após o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, reiterar o interesse em adquirir a ilha autônoma do Ártico da Dinamarca, não descartando o uso de medidas econômicas ou ações militares para concretizar a compra. Barbin criticou a postura de Trump, afirmando que ela “degrada a situação” e demonstra uma falta de vontade em fortalecer a estabilidade e desenvolver o diálogo na região do Ártico.
O diplomata russo enfatizou que a Rússia está comprometida em “fortalecer a estabilidade” na região do Ártico, mas que isso só é possível através do estabelecimento de um sistema de segurança igual para todos os estados da região. Segundo Barbin, a Rússia levará em consideração a postura de Trump para planejar melhor suas estratégias de defesa.
Essa não é a primeira vez que Trump manifesta interesse na Groenlândia. Durante seu mandato anterior, em 2019, ele já havia sugerido a compra da ilha. Recentemente, em uma conferência de imprensa em Mar-a-Lago, Trump reafirmou a importância da aquisição para a segurança nacional dos EUA, sem descartar medidas drásticas para obtê-la. Ele também propôs que os EUA deveriam absorver o Canadá e restabelecer o controle sobre o Canal do Panamá.
As autoridades dinamarquesas e da Groenlândia rejeitaram categoricamente a possibilidade de venda da ilha. A primeira-ministra Mette Frederiksen declarou, recentemente, que “A Groenlândia não está à venda e não estará no futuro também”, refutando qualquer negociação com os Estados Unidos.
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