Os Estados Unidos e a Rússia concordaram em formar equipes dedicadas a negociar um acordo para encerrar a guerra na Ucrânia. O anúncio foi feito pelo Departamento de Estado dos EUA após uma reunião bilateral em Riade, na Arábia Saudita.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, lideraram as discussões e concordaram em nomear representantes de alto nível para iniciar as negociações o mais breve possível.
A reunião em Riade representou o primeiro diálogo oficial entre os dois países sobre um possível acordo para o fim do conflito. A iniciativa ocorre menos de uma semana após uma conversa telefônica entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin, na qual concordaram em iniciar negociações imediatas.
Yuri Ushakov, assessor de política externa da presidência russa, descreveu a reunião como “uma conversa séria sobre todas as questões”. A delegação americana incluiu Steve Witkoff, enviado especial de Trump para assuntos no Oriente Médio, e Mike Waltz, assessor de segurança nacional. Além de Ushakov, Lavrov também representou a Rússia.
Reações e implicações
Apesar do avanço nas negociações, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky já manifestou sua oposição a qualquer proposta de paz resultante dessas discussões, afirmando que a Ucrânia não participará do diálogo entre EUA e Rússia e que não aceitará nenhuma proposta vinda dessa negociação.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, reiterou a exigência de que a OTAN revogue a promessa de adesão da Ucrânia à aliança militar. Zakharova argumenta que a Ucrânia deve retornar à sua declaração de soberania de 1990, comprometendo-se com um status neutro e não alinhado, livre de armas nucleares.
“Uma recusa em aceitar Kiev na OTAN não é suficiente. A aliança deve repudiar as promessas de Bucareste de 2008. Caso contrário, esse problema continuará a envenenar a atmosfera no continente europeu”, declarou Zakharova, referindo-se à cúpula da OTAN em Bucareste, em abril de 2008.
Segundo a agência de notícias TASS, o assessor de política externa do presidente russo, Yuri Ushakov, disse que “as negociações correram bem” e que é improvável que o encontro entre Trump e Putin aconteça já na semana que vem, mas que ele irá ocorrer.
O chefe do fundo soberano da Rússia, Kirill Dmitriev, disse à Reuters que as delegações russa e norte-americana começaram a ouvir uma à outra, mas é muito cedo para falar sobre compromissos:
“Podemos dizer que as partes começaram a se comunicar, começaram o diálogo”.
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