O Canadá está avaliando a possibilidade de impor tarifas abrangentes sobre produtos americanos em resposta às ameaças do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de sobretaxar todos os produtos canadenses que entram no país, informou a Bloomberg na sexta-feira, citando fontes anônimas.
Trump declarou que pretende impor tarifas generalizadas ao Canadá, México e China assim que assumir o cargo, numa tentativa de forçar esses países a combater a imigração ilegal e o tráfico de drogas. Especificamente, ele prometeu introduzir uma taxa de 25% sobre todos os produtos que entram nos EUA do Canadá e do México e uma tarifa adicional de 10% sobre os produtos da China.
De acordo com fontes da Bloomberg, funcionários canadenses estariam agora considerando uma resposta potencial às ameaças de Trump. Embora nenhuma decisão final tenha sido tomada, as medidas em discussão incluiriam o direcionamento de todas as exportações americanas para o Canadá, visando uma correspondência “dólar por dólar” nas tarifas.
A Bloomberg também noticiou que o governo do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, tem analisado a opção de usar impostos sobre exportação em commodities estratégicas como petróleo, urânio e potássio. Sendo o Canadá o maior fornecedor de petróleo bruto para os Estados Unidos e um grande produtor global de urânio, essencial para a energia nuclear, tais restrições pressionariam imediatamente os preços de energia nos EUA.
Trump também sugeriu recentemente que estaria aberto a usar a “força econômica” para coagir o Canadá a se tornar parte dos EUA como seu “51º estado”. No início desta semana, Trump chegou a compartilhar um mapa nas redes sociais mostrando o Canadá como território americano.
“Você elimina essa linha traçada artificialmente e analisa como seria, e também seria muito melhor para a segurança nacional”, argumentou Trump em declaração a repórteres.
Funcionários canadenses rejeitaram veementemente a ideia de anexação por Washington. Trudeau declarou no X que “não há a menor chance de o Canadá se tornar parte dos Estados Unidos”.
A situação eleva a tensão nas relações comerciais entre os dois países, com a possibilidade de uma escalada de medidas econômicas retaliatórias, que podem ter consequências significativas para ambas as economias. O mercado está atento aos próximos movimentos de cada país diante deste cenário.
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