A possibilidade de a Alemanha enviar tropas para a Ucrânia em uma missão de paz tem gerado discussões no cenário político europeu. Roderich Kiesewetter, parlamentar da oposição alemã, defende que o país deve assumir um papel mais ativo na segurança europeia, especialmente após um eventual cessar-fogo no conflito entre Ucrânia e Rússia.
Kiesewetter, do partido União Democrata Cristã (CDU), argumenta que a Alemanha, como potência econômica, tem a obrigação de intervir “no momento certo com tropas bem equipadas”. Segundo o parlamentar, descartar essa possibilidade seria irresponsável, e ele apoia que as forças alemãs atuem dentro de uma estrutura conjunta da União Europeia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Posições Divergentes
Embora Kiesewetter defenda a participação alemã em missões de paz, o Ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, tem uma visão mais cautelosa. Pistorius declarou que “Ucrânia e Rússia precisam concordar com um mandato que ambos aceitem e com os participantes desse mandato”. Ele ressaltou que, em caso de cessar-fogo, a comunidade ocidental, incluindo OTAN, Nações Unidas e UE, precisará debater como garantir a segurança desse acordo.
Contudo, informações de fontes anônimas, divulgadas pela Rádio Free Europe/Radio Liberty, sugerem que a perspectiva de um envio de tropas da UE/OTAN é baixa. Um diplomata da UE declarou que “primeiro, os russos não aceitarão; segundo, será difícil vender isso para a população europeia”. Outro diplomata confirmou que há pouco interesse entre os estados membros para tal missão.
No ano passado, houve menções de que o presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro polonês Donald Tusk poderiam discutir a criação de uma força de paz, mas Tusk negou que a Polônia tenha planos nesse sentido. O chanceler alemão Olaf Scholz também descartou qualquer discussão sobre o envio de tropas para a Ucrânia neste momento, temendo uma escalada do conflito.
A Visão da Rússia
A Rússia já alertou diversas vezes que consideraria qualquer soldado ocidental em solo ucraniano um alvo legítimo. O Kremlin reiterou que é prematuro discutir missões de paz, uma vez que as negociações diretas entre Moscou e Kiev ainda não começaram.
Apesar da divergência de opiniões e das dificuldades políticas, a discussão sobre o papel da Alemanha e da comunidade internacional na garantia da paz na Ucrânia continua em andamento.
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