O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, começou a semana em alta, refletindo o otimismo do mercado internacional e a expectativa por dados econômicos cruciais que serão divulgados nos próximos dias. Às 10h40 desta segunda-feira (9), o Ibovespa subia 0,33%, aos 135.014 pontos, impulsionado pela recuperação dos mercados globais e pela valorização das commodities, como petróleo e minério de ferro.
Na última sexta-feira (6), o índice havia fechado em queda de 1,41%, pressionado por preocupações com a inflação brasileira e global. Mesmo com o resultado negativo na semana passada, o Ibovespa acumula ganho de 0,29% no ano, demonstrando resiliência em meio à volatilidade dos mercados.
O desempenho positivo desta segunda-feira também foi influenciado pela alta do EWZ, principal fundo de índice brasileiro negociado em Wall Street, que subiu 0,17% no pré-mercado de Nova York. O sentimento otimista vem após o relatório payroll dos Estados Unidos ter mostrado uma criação de empregos abaixo das projeções, o que aumentou as chances de o Federal Reserve (Fed) iniciar cortes de juros moderados ainda este mês, com redução de 25 pontos-base.
Já o dólar segue em valorização frente ao real, cotado a R$ 5,6181 às 10h40, um aumento de 0,50% em relação ao fechamento anterior. Na última sexta-feira (6), a moeda americana subiu 0,35%, encerrando a semana cotada em R$ 5,5900. Mesmo com a alta recente, o dólar acumula uma queda de 0,75% no mês de setembro, mas mantém um avanço expressivo de 15,20% no ano, refletindo o cenário global de incertezas econômicas e a busca por ativos mais seguros.
A valorização do dólar reflete as dúvidas sobre o ritmo de corte de juros nos Estados Unidos. O mercado ainda espera a definição clara do Federal Reserve em relação ao tamanho do ajuste que será feito na próxima reunião. O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, levantou preocupações na sexta-feira sobre os riscos de uma redução tardia dos juros, o que poderia comprometer o controle da inflação americana.
No Brasil, as expectativas em torno da inflação e da política monetária também pesam sobre o mercado cambial. O Boletim Focus, divulgado hoje, mostrou uma nova elevação nas projeções para a inflação e a Selic em 2024. Os economistas agora estimam a taxa básica de juros em 11,25% ao final do ano, o que indica que o Banco Central do Brasil pode aumentar os juros na reunião do Copom na próxima semana.
Além disso, o IPCA, que será divulgado amanhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é aguardado com atenção. O resultado pode influenciar diretamente a trajetória da Selic, especialmente em um cenário de inflação persistente e preocupações com os gastos públicos.
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