Especialistas de diversos setores se reuniram em audiência pública na Comissão de Minas e Energia para discutir o futuro da matriz energética brasileira até 2050. O foco central do debate foi a necessidade de equilibrar o desenvolvimento sustentável com a segurança no abastecimento de energia, um desafio crucial para o país.
O Brasil, apesar de possuir uma matriz energética com forte predominância de fontes renováveis, ainda figura entre os maiores emissores de gases do efeito estufa. Essa contradição, conforme Raphael Moura, da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), deve-se em grande parte ao desmatamento e à intensa produção de carne. Juntas, essas atividades respondem por aproximadamente 75% das emissões totais do país. Moura ressaltou a diferença no cenário mundial, onde o setor energético é responsável por 75% das emissões, enquanto no Brasil esse número cai para apenas 18%, demonstrando a importância da matriz energética mais limpa do país.
Ludmila Lima, representante da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), enfatizou que, em um contexto de eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, o setor energético precisa buscar um equilíbrio entre sustentabilidade ambiental e segurança no fornecimento de energia. “A gente quer energia abundante e renovável. Quer manter essa matriz limpa, que hoje é de pelo menos 85%, mas também quer um sistema estável, capaz de absorver toda essa geração renovável. A gente quer uma resiliência das redes, capaz de absorver e enfrentar eventos climáticos extremos. A gente quer o desenvolvimento de novas tecnologias”, pontuou.
O deputado General Pazuello (PL-RJ) mostrou otimismo em relação ao desenvolvimento de tecnologias mais limpas, que, segundo ele, permitirão ao Brasil produzir mais energia com um custo ambiental cada vez menor. Pazuello destacou o crescimento das fontes renováveis nos últimos 20 anos, impulsionado pelo avanço tecnológico. “Você vê na projeção dos últimos 20 anos a velocidade com que cresceram as demais fontes renováveis. Claro que isso impulsionado por uma tecnologia crescente. Quanto mais a tecnologia aumenta, mais você tem resultado naquela fonte. E isso é inevitável”, afirmou.
Principais pontos do debate:
- A busca por um equilíbrio entre sustentabilidade e segurança no abastecimento energético.
- A necessidade de reduzir as emissões de gases do efeito estufa, especialmente aquelas provenientes do desmatamento e da produção de carne.
- A importância de manter e expandir a matriz energética limpa do Brasil, composta por fontes renováveis.
- O desenvolvimento de tecnologias que possibilitem a produção de energia mais limpa e eficiente.
- A resiliência das redes de energia para enfrentar eventos climáticos extremos.
O debate sinaliza a complexidade do cenário energético brasileiro, que precisa conciliar o crescimento econômico com a urgência de medidas para combater as mudanças climáticas. O futuro da matriz energética nacional dependerá de um esforço conjunto de governo, iniciativa privada e sociedade para promover um sistema mais justo e sustentável. A expansão de energias renováveis, como destacado no debate, é crucial para um futuro mais sustentável, e iniciativas como a parceria entre Sebrae e Absolar, que unem forças para impulsionar energias renováveis em pequenas empresas neste link, são exemplos de como podemos avançar rumo a uma matriz energética mais limpa. A preservação do meio ambiente também é fundamental, e estudos sobre os impactos ambientais, como a Tundra Ártica se tornando fonte de carbono, mostram a urgência de ações para combater as mudanças climáticas.
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