A Polícia Civil de São Paulo iniciou uma investigação sobre um policial civil acusado de ameaçar a jornalista e apresentadora da Globonews, Natuza Nery. O incidente ocorreu na noite da última segunda-feira, enquanto a jornalista realizava compras em um supermercado localizado em Pinheiros, na zona oeste da capital paulista.
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, após as ameaças, Natuza Nery acionou a Polícia Militar através do número 190. Tanto a jornalista quanto o policial foram encaminhados ao 14º Distrito Policial para registro da ocorrência. A investigação foi assumida pela Corregedoria da Polícia Civil, que apurará a conduta do agente, já afastado de suas atividades operacionais.
Diversas figuras públicas manifestaram solidariedade à jornalista. O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, expressou seu apoio em redes sociais, enfatizando que “As autoridades de São Paulo devem agir rapidamente para investigar e responsabilizar o agressor. A liberdade de expressão e o trabalho dos jornalistas são essenciais para a democracia. Quando um profissional de imprensa é agredido, todos perdem”.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, também se pronunciou publicamente sobre o caso, ressaltando que “o ataque sofrido por Natuza Nery, em razão do simples exercício diário de seu ofício, exige pronta resposta do poder público, em especial dos órgãos de persecução penal. É de nossa manutenção na pauta civilizatória que estamos a tratar. As democracias dependem do jornalismo profissional; sem ele, não há liberdade de informação e, por conseguinte, liberdade de expressão”.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, revelou que o policial civil envolvido já possuía histórico de ataques contra urnas eletrônicas e de defesa de um golpe contra a democracia. Segundo o ministro, o agressor teria dito à jornalista: “pessoas como você merecem ser aniquiladas”. O ministro ainda criticou a atitude do policial, chamando-o de “covarde” e sugerindo que a agressão teria ocorrido por ela ser mulher.
A Transparência Internacional também se manifestou, repudiando “qualquer forma de hostilidade contra o exercício do jornalismo”.
A investigação da Corregedoria da Polícia Civil busca esclarecer os fatos e determinar as responsabilidades do policial civil envolvido, em um caso que gerou grande repercussão e levanta debates sobre a importância da liberdade de imprensa e a proteção dos jornalistas no exercício de sua profissão.
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