O ano de 2024 marcou a retomada do cinema nacional, com o melhor desempenho desde o início da pandemia de Covid-19. As salas de cinema atraíram cerca de 2,3 milhões de espectadores para filmes brasileiros, gerando uma receita de R$ 48 milhões, conforme dados divulgados pela Agência Nacional do Cinema (Ancine). O ano de 2025 se inicia com o desafio de manter este bom momento, além de novas regras para a cota de tela.
Em meio ao sucesso de Ainda Estou Aqui, filme de Walter Salles com Fernanda Torres e a principal aposta brasileira para o Oscar 2025, o setor cinematográfico nacional se prepara para lançamentos e discussões sobre sua estrutura, que enfrenta desafios políticos e financeiros.
A Instrução Normativa nº 172, assinada pelo diretor-presidente da Ancine, Alex Braga, busca incentivar a exibição de filmes brasileiros em horários de maior procura, a partir das 17h, tanto em dias de semana quanto nos fins de semana. O objetivo é garantir que as produções nacionais alcancem o público além do circuito de festivais.
A medida estabelece as novas diretrizes da Cota de Tela, mecanismo previsto na legislação desde 2001 e prorrogado pela Lei nº 14.814/2024 até 2033. De acordo com a Ancine, sessões de longas-metragens nacionais programadas para depois das 17h terão pontuação extra na contagem da obrigatoriedade da cota. Filmes premiados em festivais recebem um acréscimo maior.
Segundo a agência, a nova regulamentação visa a uma programação mais diversa e um aumento na participação do cinema brasileiro no mercado.
O sucesso de 2024 não se resume a Ainda Estou Aqui. Pelo menos quatro filmes nacionais superaram a marca de 1 milhão de espectadores: Nosso Lar 2 (1,5 milhão), Os Farofeiros 2 (1,9 milhão), Minha Irmã e Eu (2,3 milhões) e o próprio filme de Walter Salles, que alcançou mais de 2,5 milhões de espectadores. Já nos primeiros 17 dias de 2025, O Auto da Compadecida 2, com Selton Mello e Matheus Nachtergaele, já atraiu 2,9 milhões de pessoas, com uma arrecadação de R$ 33 milhões neste ano, e R$ 63 milhões desde o lançamento em dezembro de 2024.
Outros lançamentos recentes incluem Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa e Baby. Cibele Amaral ressalta que o cinema nacional passou por um período de prestígio, seguido por desinteresse e críticas, intensificados pela polarização política, pandemia e falta de regulamentação das plataformas de streaming, além da demora na renovação da lei da cota de tela.
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