A série Ruptura, da Apple TV+, tem chamado a atenção por sua representação de uma cultura corporativa distópica na Lumon Industries. A empresa, liderada pela figura quase messiânica de Kier Eagan, busca doutrinar seus funcionários através de uma série de preceitos, os chamados Nove Princípios Centrais. Mas o que são exatamente “os Nove”?
Os nove princípios como pilar da cultura Lumon
Assim como muitas empresas estabelecem sua cultura através de normas e valores, a Lumon eleva esse conceito a um nível quase religioso. Os funcionários, chamados por Kier Eagan de “filhos”, devem memorizar e internalizar os Nove Princípios Centrais, registrados no Manual de Conformidade da Lumon e no livreto de orientação da Refinação de Macrodata. Esses princípios são:
- Visão
- Verve
- Sagacidade
- Alegria
- Humildade
- Benevolência
- Agilidade
- Probidade
- Astúcia
A ideia é que os funcionários se esforcem para incorporar todos os nove princípios igualmente, não priorizando um em detrimento dos outros. Em vez de serem vistos individualmente, os princípios devem ser considerados um coletivo que eleva o desempenho e o espírito dos “filhos” de Kier. Habilidades sociais também são enfatizadas, já que cada funcionário é visto como parte de uma família corporativa.
O amor corporativo acima dos laços familiares
No Manual de Conformidade, Kier Eagan define o que chama de “afeição corporativa”, argumentando que, embora o amor romântico possa ser mais intenso, ele desaparece mais rápido do que a afeição corporativa, que persiste por gerações. A mensagem é clara: na Lumon, o trabalho vem antes da família e de outros relacionamentos. Os funcionários são incentivados a ver seus empregos como um chamado.
Paralelos religiosos e doutrinação
A linguagem formal e quase bíblica utilizada nos materiais da Lumon não é por acaso. A empresa busca doutrinar seus funcionários para que se apeguem à organização, mesmo que ela os abandone, como ocorreu na cidade de Salt’s Neck. Mesmo após a saída da Lumon, alguns moradores ainda seguem “os Nove”.
A série estabelece paralelos entre os ensinamentos de Kier Eagan e princípios religiosos, como os Sete Pecados Capitais e as Sete Virtudes, ou os nove Frutos do Espírito Santo. Ao fazer isso, Ruptura sugere que a Lumon criou sua própria versão da Bíblia, com Kier como uma figura messiânica. A Apple TV aposta em ficção científica e conteúdos originais para atrair público em 2025, e Ruptura se encaixa perfeitamente nessa estratégia.
Referências anteriores aos nove princípios em ‘Ruptura‘
Os Nove Princípios Centrais já foram mencionados em episódios anteriores de Ruptura. No segundo episódio, “Half Loop”, Irving B. declara que seu princípio favorito é a alegria. No episódio seguinte, Dylan G. inclui a menção de Irving aos Princípios Centrais em seu cartão de bingo. No final da primeira temporada, Helena Eagan revela que seu pai a fazia recitar os Nove todas as noites antes de dormir.
Uma das referências mais inquietantes está no santuário de Harmony Cobel para Kier, onde uma peça de bordado emoldurada lista os Princípios Centrais como se fossem uma oração, com a frase final: “Eu era eu até você me dar você”. Em “Sweet Vitriol”, Sissy critica a mãe de Cobel por não acreditar nos ensinamentos de Kier, dizendo que “se ela fosse uma crente, talvez encontrasse consolo nos Nove”.
A segunda temporada de Ruptura promete aprofundar a complexidade de personagens como Milchick, revelando seu ponto de ruptura. Para quem gosta do gênero, vale conferir também a nova série ‘The Studio’ que satiriza Hollywood com Seth Rogen no Apple TV+.
Novos episódios da segunda temporada de Ruptura estreiam às sextas-feiras na Apple TV+. Ben Stiller revela que convidou Barack Obama para atuar em ‘Ruptura’, mostrando o impacto cultural da série.
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