Programa Black STEM impulsiona acesso de estudantes negros a bolsas de estudo no exterior

O programa Black STEM, iniciativa que visa ampliar o acesso de estudantes negros a oportunidades de estudo no exterior, está com inscrições abertas até o dia 30 de abril. Através do programa, candidatos selecionados podem receber até R$ 35 mil em bolsas de estudo, destinadas a cursos nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM – sigla em inglês).

A iniciativa é promovida pelo Baobá – Fundo para Equidade Racial, com o apoio da B3 Social e em parceria com a Brasa, uma associação de estudantes brasileiros no exterior. O objetivo central é fomentar a equidade racial no ensino superior e impulsionar a presença de profissionais negros em áreas estratégicas para o desenvolvimento científico e tecnológico. Recentemente, o Prouni 2025/1 também anunciou prazos importantes para estudantes.

A lista dos estudantes classificados será divulgada no dia 11 de julho no portal Baobá.

O Baobá – Fundo para Equidade Racial é uma organização dedicada a promover a igualdade racial e combater o racismo no Brasil, investindo em projetos e iniciativas que beneficiem a população negra. Inclusive, outros programas como o programa Jovem do Futuro também oferecem bolsas, mostrando um cenário crescente de oportunidades.

Primeira Edição e Impacto do Programa

Na primeira edição do Black STEM, cinco estudantes foram selecionados e estão trilhando seus caminhos em universidades de diversos países:

• Camilla Ribeiro, de Vitória, cursa pilotagem em Portugal.
• Diovanna Stelmam, de São Paulo, estuda computação na China.
• Melissa Simplício, do Rio de Janeiro, dedica-se à ciência da computação nos Estados Unidos.
• Rilary Oliveira, de Diadema (SP), faz medicina na Argentina.
• Eric Ribeiro, de Caieiras (SP), é aluno de engenharia aeroespacial e física na Universidade de Notre Dame, em Indiana (EUA).

Eric Ribeiro, um dos bolsistas, compartilhou sua experiência e os desafios enfrentados ao estudar no exterior. O estudante destaca o apoio familiar e o suporte do Ismart (Instituto Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos) como fundamentais para sua jornada. Outras iniciativas, como as do Senac RN, também oferecem bolsas para cursos de qualificação profissional.

“Minha família sempre apoiou muito minha conexão com o Baobá – eles se envolveram bastante no processo, encantados com a proposta do programa e tudo o que ele representa”, disse Eric. Ele também mencionou as dificuldades iniciais, como o clima e a saudade da família, mas ressaltou os pontos positivos da experiência: “Estar em um *campus* onde todas as minhas atividades acontecem me permite criar laços profundos. Acredito que os amigos que fiz aqui são para a vida toda, pelo tempo e intensidade que vivemos juntos. E, além disso, a proximidade com os professores e a chance de aprender com eles no dia a dia têm sido fundamentais para o meu crescimento acadêmico e profissional.”

Além da bolsa de estudos, Eric conta com o suporte emocional e psicológico oferecido pelo Fundo Baobá e pela B3 Social, que considera essenciais para sua saúde mental. As mentorias, oportunidades de *networking* e a rede de apoio formada por outros bolsistas também contribuem para uma experiência mais completa e enriquecedora. “Sentir que não estou sozinho na jornada e que há um coletivo torcendo por mim transforma toda a experiência”, completa.

A Relevância da Presença Negra na Ciência

Fernanda Lopes, diretora de Programa do Fundo Baobá, enfatiza o propósito do Black STEM e seu papel no apoio à entrada e permanência de estudantes negros no ensino superior. “Por isso, afirmamos que o Black STEM não é ‘apenas’ um programa de bolsas complementares para apoiar a permanência de estudantes negros em cursos de graduação completa em instituições estrangeiras. Por exemplo, a primeira médica da história da humanidade era uma egípcia; o pai da engenharia no Brasil, André Rebouças, foi um homem negro. O Baobá, ao instituir o Black STEM recupera a memória das contribuições negras para a ciência e tecnologia mundial e reitera que, no futuro, grandes descobertas e avanços também poderão ser protagonizados por pessoas negras”, explica. Para mais informações sobre este e outros programas, confira a matéria Programa Black STEM impulsiona acesso de estudantes negros a bolsas de estudo no exterior no N10.