Programas Pé-de-Meia Licenciaturas e ‘Já É’ impulsionam o acesso ao ensino superior no Brasil

Programas Pé-de-Meia Licenciaturas e ‘Já É’ impulsionam o acesso ao ensino superior no Brasil
Marcello Casal jr/Agência Brasil

Iniciativas governamentais e privadas estão expandindo o acesso ao ensino superior no Brasil. O programa Pé-de-Meia Licenciaturas e a iniciativa Já É do Fundo Baobá oferecem suporte financeiro e desenvolvimento profissional para estudantes, visando reduzir as desigualdades educacionais no país.

Pé-de-Meia Licenciaturas: Apoio financeiro para futuros professores

O Pé-de-Meia Licenciaturas, programa do Ministério da Educação (MEC), iniciou o pagamento de bolsas para 4.054 estudantes de licenciatura. O incentivo financeiro-educacional é de R$ 1.050 mensais, pagos até o quinto dia útil. Desse valor, R$ 700 estão disponíveis para saque imediato, enquanto R$ 350 são depositados em uma poupança, que poderá ser resgatada após a conclusão do curso, caso o formando ingresse na rede pública de educação básica em até cinco anos.

Em maio de 2025, foram pagos os incentivos acumulados de março e abril, totalizando R$ 7,22 milhões. O programa, que disponibilizará até 12 mil bolsas este ano, tem como objetivo incentivar o ingresso em cursos de licenciatura e a formação de novos professores, além de melhorar a qualidade desses cursos.

Para receber a bolsa, os estudantes devem estar regularmente matriculados no primeiro semestre de cursos de licenciatura presenciais, terem se cadastrado no prazo determinado e terem sido aprovados. Os pagamentos são realizados através da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) durante todo o curso.

A abertura da poupança social do Banco do Brasil é feita automaticamente, sendo necessário apenas que o beneficiário ative a conta através do aplicativo do banco. Para estudantes menores de idade, a ativação deve ser feita em uma agência bancária com a presença de um representante legal.

O Pé-de-Meia Licenciaturas é um dos eixos do programa Mais Professores para o Brasil, lançado pelo MEC, que concentra ações integradas para valorizar e qualificar o magistério da educação básica e incentivar a docência no Brasil.

O programa é destinado a estudantes aprovados em cursos presenciais de licenciatura por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Programa Universidade para Todos (Prouni) ou do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e que obtiveram nota igual ou superior a 650 no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2024, conforme o edital (nº 1/2025) da Capes. Interessados em outras formas de apoio financeiro podem verificar oportunidades como as do Fies.

Fundo Baobá: programa Já É oferece bolsas e suporte para estudantes negros

O Fundo para Equidade Racial Baobá lançou a segunda edição do programa Já É, visando aumentar as oportunidades de acesso ao ensino superior para jovens estudantes negros em todo o país.

Serão selecionados 30 jovens para participar da iniciativa, com inscrições abertas até 6 de junho no site do Baobá. Os estudantes selecionados receberão bolsas de estudos de R$ 700, concedidas por um ano e cinco meses. Além do apoio financeiro, o programa oferece preparação para vestibulares, apoio psicológico individualizado, atividades e mentorias individuais e coletivas.

A diretora de Programa do Fundo Baobá, Fernanda Lopes, destaca que o objetivo é entregar não apenas o apoio financeiro, mas também ampliar o acesso a informações, conhecimentos, pessoas e redes, subsidiando a construção de novas competências e habilidades e alimentando os sonhos de jovens negros.

Nesta edição, o programa priorizará candidatos residentes de áreas periféricas, rurais, pessoas com deficiência (PcD), quilombolas, ribeirinhas, egressos do sistema penitenciário, migrantes ou refugiados. Também haverá priorização de vagas para candidatos das regiões Norte e Nordeste do Brasil, com nove vagas garantidas para cada região, enquanto as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul terão quatro vagas cada.

O programa Já É busca combater as desigualdades educacionais no Brasil, onde os 25% mais ricos têm, em média, 13,5 anos de estudo, enquanto os 25% mais pobres têm 10,5 anos. Além disso, a média de anos de estudo entre brancos é de 12,4 anos, enquanto entre pretos e pardos é de 11,4 anos. A iniciativa contribui para a Meta 8 do Plano Nacional de Educação (PNE), que busca igualar a escolaridade média entre negros e não negros.

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