A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que estabelece diretrizes para o combate à violência contra a mulher no ambiente universitário. A proposta, de autoria da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), foi aprovada com um substitutivo apresentado pela relatora, deputada Socorro Neri (PP-AC), e segue agora para o Senado.
O projeto define como público-alvo estudantes, docentes e funcionários de instituições de ensino superior, tanto públicas quanto privadas, incluindo graduação e pós-graduação. Segundo a deputada Sâmia Bomfim, “Alguns espaços educacionais já adotam políticas como ouvidoria, espaços de escuta e de acolhimento. Mas essa não é a realidade em todas”.
Acolhimento às vítimas: O projeto enfatiza a isonomia e a imparcialidade nos órgãos responsáveis por receber denúncias e acolher vítimas. Para tanto, prevê:
- Participação obrigatória de representantes de centro ou diretório acadêmico.
- Proibição da participação de quem for acusado ou tenha proximidade com a vítima.
- Inclusão de profissionais habilitados, com experiência comprovada na área.
- Agilidade no processo disciplinar e nas sindicâncias.
Diretrizes para as instituições: O texto elenca cinco diretrizes principais:
- Implantação de programas de conscientização e prevenção, incluindo campanhas, semanas temáticas e materiais informativos.
- Mecanismos eficazes de recebimento de denúncias e acolhimento às vítimas.
- Isonomia e imparcialidade na composição dos órgãos de recebimento de denúncias e no acolhimento das vítimas.
- Divulgação ampla dos canais de denúncia e acolhimento, incluindo a composição dos órgãos envolvidos.
- Recursos de proteção à vítima e garantia de distância do agressor.
Para a relatora, deputada Socorro Neri, as universidades têm um papel crucial na prevenção e no combate à violência contra a mulher. Ela destaca que as instituições de ensino são “ambientes de formação, [onde] se pode aprender e absorver o princípio da igualdade de direitos e o valor do respeito e da solidariedade entre pessoas de sexos diferentes”. Ao mesmo tempo, reconhece que as universidades “não sendo ambientes imunes à violência, elas mesmas precisam de políticas de combate à violência contra as mulheres em seu interior”.
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