O Natal de 2024 deve movimentar R$ 69,75 bilhões no varejo brasileiro, segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Apesar de representar um crescimento real de 1,3% em relação ao ano anterior, descontada a inflação, o valor fica abaixo dos R$ 73,74 bilhões registrados em 2019, antes da pandemia de COVID-19.
A CNC detalhou a distribuição das vendas por setores. Super e hipermercados devem liderar com 45% do total, ou seja, cerca de R$ 31,37 bilhões. Em seguida, as lojas de vestuário, calçados e acessórios devem contribuir com 28,8% (R$ 20,07 bilhões), seguidas pelas lojas de artigos de uso pessoal e doméstico, com 11,7% (R$ 8,16 bilhões).
De acordo com José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, “A atual dinâmica de consumo tem atuado no incremento das vendas neste fim de ano. Mas as condições menos favoráveis causadas pelo aperto monetário iniciado em setembro pelo Banco Central já são sentidas pelo consumidor final. Isso explica a curva de crescimento menos acentuada no comparativo com o ano passado, quando projetamos o aumento de 5,6%”.
O impacto na geração de empregos também foi analisado. A CNC estima a criação de 98.100 vagas temporárias para o período natalino, uma redução de 2.300 postos em comparação com 2023. Fábio Bentes, economista-chefe da CNC, explicou que “Curiosamente, o número é menor do que o do ano passado, quando mais de 100 mil temporários foram contratados. A razão disso é o fato de que o quadro de funcionários das empresas veio crescendo ao longo do ano, com o aumento de aproximadamente 3% na força de trabalho, nos últimos 12 meses, ou seja, mais de 240 mil vagas criadas”. Ele acrescentou que, para 2025, a expectativa é de efetivação de aproximadamente 8.000 desses trabalhadores temporários.
A inflação também influencia as expectativas. A desvalorização cambial deve elevar os preços dos produtos natalinos em média 5,8%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) dos 12 meses até dezembro. Livros (12,0%), produtos para a pele (9,5%) e alimentos (8,3%) devem apresentar maiores aumentos. Por outro lado, bicicletas (-6,2%), aparelhos telefônicos (-5,5%) e brinquedos (-3,5%) podem apresentar queda de preços.
A concentração das vendas por estado também foi projetada pela CNC. São Paulo (R$ 20,96 bilhões), Minas Gerais (R$ 7,12 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 5,86 bilhões) e Rio Grande do Sul (R$ 4,77 bilhões) devem representar mais da metade (55,5%) do total previsto. Paraná e Bahia se destacam com as maiores projeções de crescimento nas vendas: 5,1% e 3,6%, respectivamente.
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