O Comitê de Política Monetária (Copom) inicia nesta terça-feira (9) sua última reunião sob a liderança de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC). A reunião se concentra na definição do novo valor da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 11,25% ao ano. A expectativa, segundo o boletim Focus, é de um aumento de 0,75 ponto percentual, elevando a Selic para 12% ao ano.
Esta será a terceira alta consecutiva da Selic. O aumento se justifica pelo agravamento da alta do dólar e a elevação dos preços de alimentos. O BC busca, com essa medida, conter a inflação que, segundo o boletim Focus, subiu de 4,71% para 4,84% em quatro semanas, ultrapassando o teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3%, com tolerância de até 4,5%.
Em novembro, o Copom expressou preocupação com a incerteza na conjuntura econômica dos Estados Unidos, sem mencionar explicitamente a eleição de Donald Trump, e cobrou ajustes nos gastos públicos. A ata da reunião anterior alertou para a possibilidade de um prolongamento do ciclo de alta da Selic, defendendo uma política monetária contracionista.
Após um ano em 13,75% ao ano (agosto de 2021 a agosto de 2022), a Selic passou por cortes, atingindo 10,5% em maio deste ano, seu menor nível desde fevereiro de 2022. A decisão final do Copom sobre a Selic será anunciada na quarta-feira (11).
A Selic, utilizada em negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), serve como referência para outras taxas de juros da economia. Aumentar a Selic visa conter a demanda, encarecendo o crédito e estimulando a poupança, o que pode, no entanto, dificultar o crescimento econômico. A redução da Selic, por outro lado, tende a baratear o crédito, estimulando produção e consumo, mas com o risco de aumentar a inflação.
O Copom se reúne a cada 45 dias. As reuniões seguem um processo que inclui apresentações sobre as economias brasileira e mundial e o mercado financeiro, seguido de análise e definição da Selic pelos membros do colegiado.
As metas de inflação para 2024, 2025 e 2026 são de 3%, com um intervalo de tolerância de ±1,5 pontos percentuais. O último Relatório de Inflação, divulgado em setembro, previa um IPCA de 4,31% para 2024, previsão feita antes da recente alta do dólar e do impacto da seca. Um novo relatório será divulgado em dezembro.
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