O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou um possível aumento nas tensões comerciais com os países do Brics, ao alertar sobre a imposição de tarifas de até 100% caso o bloco avance na criação de uma moeda própria para transações internacionais.
As declarações foram feitas no Salão Oval da Casa Branca, onde Trump enfatizou que a ideia de enfraquecer o dólar americano é inviável sob sua administração: “está morta agora”, afirmou.
O Brics, composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e, mais recentemente, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos, tem intensificado discussões sobre a possibilidade de realizar transações comerciais sem a necessidade do dólar. Trump já havia expressado preocupações em relação a essa iniciativa, mencionando a possibilidade de aumentar as tarifas caso os países do Brics persistam em desafiar a hegemonia do dólar.
A proposta de desdolarização representa um dos pilares da estratégia do Brics, que congrega 31,5% do Produto Interno Bruto (PIB) global e abriga 45,2% da população mundial. Argumenta-se que a dependência do dólar confere aos Estados Unidos uma influência desproporcional nas negociações internacionais, mesmo quando não há uma participação direta do país.
Durante a Cúpula do Brics em Kazan, na Rússia, a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, manifestou críticas ao que descreveu como “uso do dólar como arma”. O bloco, que agora conta com dez membros fixos e 13 associados, busca ativamente alternativas para mitigar sua dependência da moeda americana.
Em uma coletiva na Casa Branca, Trump também comentou sobre a data de imposição de tarifas, indicando que pretende implementá-las a partir de 2 de abril, em vez de 1º de abril, devido a questões de superstição. A declaração foi uma resposta a diversas perguntas de repórteres sobre tarifas, incluindo aquelas relacionadas ao setor automotivo.
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